1. A sensação de estupidez quando sem querer
esbarramos numa xícara de café sobre a mesa mesmo quando antecipamos esse gesto
em alguns bons segundos. O que nos leva a pensar que, a despeito de estarmos
cientes dos riscos de virar uma xícara sobre livros e computador, coisa que
acaba de acontecer comigo, acabamos por fazer exatamente isso, seja porque não
acreditamos em intuição, seja porque não estamos muito preocupados com o que
quer que seja quando o único desejo é fazer o que queremos fazer. Seja porque
o destino existe.
2. Calor. Falar sobre calor, como de resto sobre qualquer outra coisa, não apenas acentua a impressão de que
estamos com calor, como também é um gasto de energia extra que, diga o que dissermos,
jamais resultará na redução ou mesmo na supressão do calor propriamente dito. Sequer
metaforicamente funciona. Das atividades humanas, é talvez a mais gratuita.
3. Amor. Coisa fugidia, esse sentimento nunca é o que é, e, quando finalmente
parece ser o que talvez seja, descobrimos que não temos palavras para dizer
aquilo que não sabemos ou que achávamos que não sabíamos. Na melhor das hipóteses, estamos falando de amor quando escrevemos sobre xícaras de café e vice-versa, mas, mesmo nesses casos, é impossível ter qualquer certeza. Há, porém, algo que talvez não explique, mas se aproxime do amor: sua inevitabilidade. Como o café que se derrama sobre a mesa.
4. Paixão. Como o calor, reforça estados
naturais e faz lembrar que temos um corpo e no corpo desejos e nos desejos nomes
que repousam num canto e nesse canto as sensações para as quais damos ordens que jamais serão cumpridas.
5. Culpa. Como o pudim, é difícil encontrar o ponto certo da culpa. Se passamos dele, somos autocondescendentes. Se estamos aquém, minimizamos a culpa. O risco de parecer falso escrevendo sobre culpa é enorme e o de parecer esnobe não falando é maior ainda. O que fazer? Sentir-se culpado é ruim, não se sentir também. Logo, o mais adequado é tratar da culpa diretamente. E depois esperar que o pudim esteja bom.
5. Culpa. Como o pudim, é difícil encontrar o ponto certo da culpa. Se passamos dele, somos autocondescendentes. Se estamos aquém, minimizamos a culpa. O risco de parecer falso escrevendo sobre culpa é enorme e o de parecer esnobe não falando é maior ainda. O que fazer? Sentir-se culpado é ruim, não se sentir também. Logo, o mais adequado é tratar da culpa diretamente. E depois esperar que o pudim esteja bom.
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