Revi tudo, do começo ao fim, e não entendi
nada. Pior, estava feliz por não haver entendido nada, apenas uma sucessão de
fatos enroscados noutros fatos. E entre uma coisa e outra os elos
incompreensíveis, as conexões improváveis, as rotas impensadas, os desvios que
assumimos como naturais depois que acontecem.
Dava risada olhando tudo, admirava-me que a
vida fosse tão possível em tão péssimas condições. Mas era isso, os desvios.
Talvez esteja nublado, talvez turvo, talvez
não diga coisa com coisa ultimamente, quando sobretudo as ideias clareiam e
tudo o mais é límpido, céu azul etc.
Revi, e não queria mesmo rever, passar em
revista, fazer esse trabalho de olhar à distância, como se empoleirado num
morro ou algo assim de onde alcançaria até o mais longe do tempo.
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