Então a gente estava no carro
voltando e tocava uma música, um axé antigo, tipo Ivete no começo da
carreira, e é incrível como essas
músicas são bonitas, eu pensei, como são parte já de qualquer coisa afetiva
daquele tempo difícil de precisar mas no qual a gente se debatia com a
vida sem saber que era vida ainda o que a gente tinha nas mãos, naquele tempo
eu só achava que as coisas eram como eram porque o tempo era aquele e não
outro, se fossem meus pais teriam dificuldades diferentes das minhas, mas
depois fui entendendo que a vida muda pouco ou quase nada, a vida, como naquela
música que fala de amor e outras coisas
assim em ritmo alucinado, era uma matéria escura que vamos entendendo menos
ainda à medida que o tempo passa.
E já passou tanto.
E já passou tanto.
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