A gente se olha e
não vê mais o que costumava ver, as coisas se deslocaram. É o hábito de sempre.
Mudam de lugar ao menor sinal.
A gente não lembra
mais o que disse, lembra? Acho que não. Apenas que pensávamos que seria algo
assim, e por assim leia-se qualquer coisa que não sabíamos definir, e não
definir o que não sabíamos era um modo estranho de se contentar com o que
havia.
Sendo o que havia
essa coisa sem forma que foi tomando gosto aos poucos e depois acabou.
Foi assim, lembra? Eu
não lembro mais. Todos os registros apagados, tudo vazio, nada do que estava
está mais. É como as coisas são hoje em dia,
a gente deixa pra trás, varre, esfrega e fica tudo como se não houvesse,
um pouco sem vestígio. Sem nada. Sem pegadas.