Selva Almada
é incrível. Jonathan Franzen também. Recomendo ambos.
Franzen
reiterativo, pra variar. Aquela impressão de que não confia de todo no leitor, precisa
dizer sempre mais - dizer enfaticamente. Precisa esquadrinhar. Daí que as páginas se avolumam e o livro
se agiganta. Tem 600, mas podia ter menos caso se privasse de dizer sempre
tudo em detalhes e explicar cada motivação ou fundamentar cada ação ou deixar
bastante claro que o personagem X age assim porque foi abusado na infância ou
abandonado pelo pai ou pela mãe ou por ambos.
Acho que
Franzen podia relaxar um pouco e deixar mais espaços em branco com que o leitor
possa se divertir, não o tipo de divertimento que é se deixar conduzir sempre
pela mão habilidosa do autor e o seu senso de humor sui generis.
Falo do
divertimento que Selva Almada proporciona, o de permitir que o leitor imagine cada coisa ou cada
cena e a vida antes e depois de tudo que acontece.
Franzen mata
essa curiosidade. Ele se encarrega de escrever tudo que acontece antes e
depois e talvez um pouco mais. Às vezes, é engenhoso de um jeito chato. Perde a graça? um pouco. Continua legal? Sim.