Agora que tudo chega a um ponto de
ebulição ótimo, fica a sensação esquisita de que eu não deveria estar aqui,
neste momento, sequer assistindo a festa, menos ainda dançando com um dos pares
soltos no salão, cada qual intimamente convencido de sua inocência e da
culpabilidade do outro.
Eu deveria estar noutro lugar, num
planetinha rural, doméstico, como uma versão ampliada do quintal da casa da
minha avó, correndo e cortando os pés num caco de vidro e depois espetando a
testa na cerca depois de correr atrás de um calango.
E daí a aparecer nas fotos da festa do
ABC com um pontinho escuro no meio da testa sobre o qual todos perguntavam,
ignorando a marca de batom na minha bochecha que me dava tanto orgulho.