Agora todos na sala
discutem se o homem teria sorrido porque não sabia de nada ou porque sabia de
tudo. E tudo, claro, queria dizer apenas uma coisa.
A dúvida era
insistente. Difícil elucidá-la. Nenhum manual, nenhum livro, nenhuma cerimônia.
O clima era já de
despedida quando um dos presentes, um pouco displicentemente, garantiu que conhecia
o homem de muito tempo atrás. Talvez de uma festa.
Disse que o rosto
mudara, mas a voz continuava o mesmo sussurro velho. Era inconfundível.
Sob o murmúrio, a reunião
foi suspensa. O colegiado se reuniria dali a pouco para deliberar sobre a
melhor forma de tratar do problema, o primeiro em mais de três décadas de bonança ética e moral.
A comunidade queria
uma resposta para o ódio.
Era preciso
enfrentá-lo.
Melhor: era preciso
evitá-lo.
Lá fora, o homem
caminha numa rua arborizada da cidade. Vê uma placa. Comunidade Francisco.