Foi a frase que ouvi. Digitada no bate-papo, estou muito velho pra isso ou me sinto muito velho etc. e tal. A gente conversava sobre uma festa no fim de semana. Eu pensei: a quarta é quase sempre mais animada que o sábado. Porque a quarta é um sábado em estado de pura expectativa. E o sábado é apenas o sábado e pronto.
Mas o sábado
é real, a quarta é uma projeção do que pode acontecer.
Tem razão,
pensei, e continuei projetando o sábado como se fosse quarta. Ou foi o
contrário, a quarta como sábado. Agora me perdi.
Imaginei que
pudesse escrever um caderno inteiro sobre essa confusão e como tudo isso era
importante pra mim, mas tenho descoberto aos poucos que superestimo minha capacidade
de falar mais que três palavras. Acho que nasci com uma dívida de compreensão
do mundo. O que acontece, acontece à revelia.
Tudo é
natural, tendo a pensar no instante seguinte ao do susto. Mas a falta de susto
assusta tanto quanto o susto.