E para minha grande surpresa, lá
pelas tantas, o Zambra fala de um trecho da música. Melhor, não fala, cita.
E a música diz assim: vou andando
pelas ruas, misturando as verdades com mentiras. E continua. Algo do tipo.
Ali, no meio da confusão sobre
cigarros, parar de fumar, continuar fumando, o prazer da recaída para quem
ficou uns bons meses sem tocar no cigarro mas um belo dia então resolve que já
é hora e de fato é. Ali, no meio, bem no meio, o narrador, que suspeito ser o
próprio Zambra, fala da música, uma música bonita, diz que se sente um pouco
assim naquele momento.
Então fuma. É uma recaída. Não será a
última.
Coincidentemente, a música fala de
outra coisa, mas outra coisa é sempre uma coisa parecida com a anterior.
A gente fala outra mais por fé do que
por necessidade. Na prática, a outra é a mesma coisa.
O Zambra fala do cigarro e das
tentativas frustradas de parar de fumar e da beleza do reencontro com essa
outra coisa.