A dúvida é descobrir
se a gente vive numa bolha, não na vida de verdade, essa vida real de compras,
farmácia e beijo de dormir. Falo da vida virtual, a das fotos estudadas,
postagens e coisa e tal.
Se, dentre as coisas
que lemos ou vemos, há uma seta indicando exatamente que o caminho é aquele e
não outro, um propósito ou mão invisível. Eis a bolha: a linha mestra de uma
vontade externa.
A bolha consiste na
empatia ou na consonância? É a repetição dos gostos?
A homogeneidade das falas?
A homogeneidade das falas?
Falta assimetria? Sobram
encaixes?
Os algoritmos estão
chegando.
Eu gostaria de
entender a bolha. O que faz, como atua, de que modo seleciona os amigos e
escolhe as postagens mais bacanas para exibir na minha timeline durante um dia
inteiro de conversas.
Acho que a bolha,
por ser uma bolha, não tem feito um bom trabalho. Me mostra coisas que não
quero ver e mensagens que não quero ler. A bolha tem falhado.
Se falha, é humana? Não
sei responder.
Apenas desconfio. Li
que a bolha é o efeito do aprimoramento dos algoritmos, essa equação matemática
cujas variáveis produzem artificialmente a maior riqueza que qualquer um pode ter
na vida.
O acaso.
A bolha, dizem os
estudiosos, nunca é casual.