Iracema, a índia, vai completar
150 anos neste ano estranhíssimo no qual, embora nada pareça novo, ninguém pode
duvidar que é.
Logo, nos surpreendemos imaginando
que a novidade não se define pelo novo, o que nunca aconteceu, mas por outra
coisa ainda a ser descoberta.
Vê todo santo dia uma Iracema na
praia, morena maltratada que procura um gringo pra chamar de seu e
acena e joga charme e esconde as pernas um pouco manchadas e cresce
os olhos em quem passe.
O mesmo sonho perdido do amor
distante que chega de barco ou avião ou dirigindo pela BR. De repente é o tempo
de Iracema.
É atrasada? Descubro que não, que é
mais como um desmazelo, um desamor continuado, e tudo que é desamor custa mais
ao corpo do que ao espírito. Ou seria o contrário, e o corpo padece menos que o
espírito, havendo espírito, claro, havendo corpo que o sustente e abrigue
também.
Estava aqui pensando alto, apenas.