Se
é assim, não há quem explique os números primos, distantes que estão do
racional, mera sequência de algarismos com que se contam os pães da manhã, as
horas gastas no conserto do ventilador e as calorias ganhas ou perdidas nas
atividades domésticas, a nada disso os primos se prestam.
Soltos,
sozinhos, divisíveis apenas por si e um, ou seja, partilhando com mais ninguém
exceto eles mesmos o pouco que sabem a respeito de nada.
A
vida é um número primo. A morte, uma fração.
O
amor, dízima periódica.