Provas cabais de que chutar baratas dá azar, essas pessoas resolveram desrespeitar o tirano resiliente e agora precisam correr até os pulmões bombearem ácido de bateria, como diria Tyler Durden. Lembram dele? O cara que enxertava pintos nas sessões de cinema infantil. Sob todos os aspectos, uma lenda viva da cinematografia. Enfim, fica a dica.
Salvo por extrema necessidade, nunca chute uma barata no caminho de volta do trabalho.
Por que digo isso? Porque, caso insista em ignorar o conselho de quem já chutou barata no trajeto trabalho-casa e se deu muito mal, coisas muito ruins esperam por você no quarto de madrugada, e não estou falando de fantasmas ou meninas possuídas por entidades diabólicas ou ainda bonecas animadas com poderes telecinéticos.
Nada disso. É algo de fato muito ruim, algo que pode
facilmente ser classificado como o seu pior pesadelo.
Quando menos esperar, uma barata, igualzinha
à que ficou estatelada na calçada do outro lado da rua apenas cinco horas
atrás, surgirá em cima da cama, bem ao lado dos lençóis. Para desespero seu e
da sua namorada ou esposa ou seja lá o que for, o animal resistirá incrivelmente a duas ou três ou mesmo quatro golpes
de chinela, demonstrando, na hora mais imprópria do dia, uma característica
invejável que apenas as baratas possuem verdadeiramente.
Resiliência.
Sendo assim, façam o que digo, não chutem
barata na calçada. Se insistirem, durmam fora de casa ou, do contrário, se preparem para uma
noite de perseguição detrás dos móveis de compensado e estantes de ferro.