Algumas teorias conspiracionistas atribuem a Leonardo Da Vinci a paternidade da invenção do corpo perfeito da barata
A barata desapareceu por completo, suspeito que não tenha resistido aos ferimentos e morrido atrás do fogão ou simplesmente conseguido escapar furtivamente por algum vão obscuro do encanamento. É o que costumam fazer quando tomadas de desespero ao verem suas vidas ameaçadas por qualquer coisa, uma sandália ou um predador, dá no mesmo.
Essa pode ser classificada como a
reação natural de todo ser vivo destituído de uma carapaça e colocado eventualmente
sob ameaça, real ou imaginária: enfiar-se em alguma parte do sistema de esgoto e
de lá sair apenas quando nada mais do lado de fora indicar a presença
aterrorizante da morte. Por algum motivo, fomos programados com esse instinto
que nos leva a evitar a própria dissolução física a todo custo.
De modo que, agora, apenas duas perguntas
sobrevivem à ausência da barata. Uma é: pode o animal – vou chamá-lo assim - permanecer
vivo, sem seqüelas como paralisia facial ou perda irreparável de algum membro
necessário à locomoção, depois de ser fustigada por um carrasco doméstico
dotado apenas de uma fúria vespertina e o pé esquerdo da Havaiana?
A segunda pergunta é: se sim, como?
O que há no corpo da barata que a torna
capaz de reagir melhor que qualquer pessoa aos contratempos da vida? O que
temos a aprender com isso é algo a que poucos dão a devida atenção.
Considerem a questão enquanto me preparo
para devorar o PIOR filé à parmegiana de Fortaleza.