Nove em cada dez pessoas mudariam para uma metrópole de clima mais ameno, onde poderiam desempenhar as muitas funções implicadas na vida moderna sem, todavia, ficarem cobertas de suor, fator que, não representando verdadeiramente um obstáculo ao cumprimento dessas mesmas funções, torna-as, de alguma maneira, menos charmosas, o que noutras palavras equivale a dizer que parte da vontade de executá-las esvai-se no ato quando o elemento “calor excessivo” vem à baila, e por calor excessivo entenda-se a temperatura no patamar dos 36° à sombra, que é o normal na metrópole habitada por esse contingente pesquisado do qual extraímos as impressões agora apresentadas como tópicos ligeiros, sem grandes formulações no que diz respeito à forma de publicação desse conteúdo e à metodologia adotada na aplicação dos questionários, acerca dos quais, apenas a título de exemplo, podemos garantir que buscavam apreender por meio de perguntas simples o tipo de relação que o nativo e o não nativo estabeleceram com esta cidade, sendo o objetivo geral do estudo subsidiar análises e alimentar um site em que serão disponibilizadas as tabulações pormenorizadas dos dados coletados ao longo dos últimos dois meses, dados esses que oportunamente receberão tratamento científico capaz de identificar pontos em comum, linhas de fuga, motivações de ordem psicológica etc.
Preliminarmente, vale dizer que, enquanto os não nativos
demonstraram um traço pouco difuso de boa vontade e relativa aceitação do
calor, destacando, em favor do sol, um conjunto de atividades que requerem
impiedosa incidência de raios solares, tais como o carnaval e as várias
modalidades de esportes aquáticos, os nativos pareceram consideravelmente
inquietos e até insatisfeitos, o que nos permite concluir que, a despeito da
área urbana onde residam, se mais perto do mar ou mais afastados, o sentimento
geral é de animosidade, quando não de expressa desaprovação e revolta.
Disso decorre que nove em cada dez pessoas reprovam o
calor da metrópole.