Uma experiência sutil.
Uma idéia: de revista. Outra de: site. Outra
de: banda. Mais uma de: perfil falso no Twitter com objetivo subterrâneo de
dizer as verdades que todos precisam ouvir ou bolinar egos de quem se acha no
direito de – (complete a frase).
Uma quinta idéia: livro, contos, crônicas,
romance, poemas, fragmentos de narrativas (rsrs), tão em voga hoje a idéia de
fragmento - cabe tudo no fragmento, cabe inclusive o fraudulento, o
inautêntico, o postiço, o fragmento promovido a legenda de uma era, “reuni fragmentos
de uma narrativa visual e os condensei” e tal e tal e tal.
Homem fragmento, mulher fragmento, criança
fragmento. Tudo polinizado por muita esperteza/ironia.
Uma idéia: mestrado, doutorado, pós. Conferem, ato contínuo, algum polimento à trajetória humana, agora não mais refém dessa
contingência absurda que é a falta de sentido imediato.
Filhos, netos, bisnetos. Viagens,
cruzeiros, férias, filtro solar, cadeira, decoração, tamanho da TV, cor da
tinta do cabelo, a memória da avó, do avô.
Por favor, como faço para superfaturar meu currículo?
Plano funerário, de saúde, de poupança.
Uma idéia ainda mais radical: fuga.
Outra, que exorbita qualquer uma no quesito
radicalidade, é a idéia de:
Permanência.
Idéias aos montes enfeixadas num canhão de LED
direcionado para a: audiência.
Uma idéia de: dispositivo. Outra de:
exposição. Mais uma de: experimento.
Reúna tudo e produza uma graphic novel contando uma história
bacana sobre redenção, sexo, cocaína, banho de piscina, preguiça, marca de
mordida e farofa.