Está numa caverna quando a primeira de uma
série de criaturas estranhas aparece, ela carrega uma arma, de longe não vê
qual arma, se revólver ou faca, à medida que se aproxima, porém, descobre
tratar-se de uma lança, a criatura, um hominídeo horripilante, mostra os dentes
num esgar cruel, num golpe de machado, então, decepa-lhe a cabeça, fazendo jorrar sangue por todos os lados.
Acorda, vê que tinha dormido além das cinco
horas programadas, prepara café, passa geleia numa bolacha salgada, liga o
computador, checa mensagens, a primeira avaliação do dia, franze o cenho, abre
cinco abas no navegador, duas de redes sociais e as outras três de jornais, começa a maratona que realiza todos os dias para se manter sempre
informado, afinal é o seu trabalho, vive disso, depende de saber mais que as
outras pessoas sobre muitos assuntos, mas nada tão aprofundado quanto fazem
crer as postagens no Twitter, por exemplo, ou as conversas nas mesas de bar,
quando aproveita para impressionar a plateia recorrendo a idéias pescadas das
revistas de filosofia e sociologia diluídas.
Se parar um pouco e forçar a lembrança, não recordará do último livro que leu do começo até o fim.
Se parar um pouco e forçar a lembrança, não recordará do último livro que leu do começo até o fim.
Uma das abas pisca, alguém quer contato, é
a primeira de uma série de demandas que surgirão ao longo do dia, uma criatura
aparece numa foto, sorri, mas o riso parece careta, não a reconhece
imediatamente, ao menos aparenta estar desarmada, o que significa que não
precisará cortar-lhe a cabeça, isso é o que importa.