O vestido é uma peça vulnerável, disse uma
amiga, melhor colocar um short, uma calça, hoje quero beber, quero encontrá-lo
no fim da linha, da noite, naquela mesa marcada e pedir uma cerveja, melhor
duas, depois uma caipirinha, antes uns pastéis, que não bebo de barriga vazia.
O vestido, de fato, pensando bem, considerados
os prós e também os contras, subtraídos os riscos, levando-se em conta as
possibilidades, medidas as circunstâncias, tendo em vista o propósito, conforme
a designação espiritual de cada um, sob pena de parecer ridiculamente
insistente, o vestido, reparem, é uma peça essencialmente vulnerável, o vento, a
mão, a farpa solta na cadeira, o homem tarado, a criança, a amiga.