O cara virou e disse pro outro cara, meio
que de brincadeira mas querendo ser levado a sério –
“Pô” – disse pô mesmo -, “cansado das
meninas bonitinhas, das gatas que dão RT nas paradas mais doces, passam o dia
inteiro curtinho as musiquinhas bonitas, aliás bonito, belo, esses conceitos
polissacarídeos todos, são uma especialidade delas.”
Do que tu tá falando, bicho?
“Dessas garotas enjoadinhas, é uma geração
que tem gosto de pudim, quer dizer até me amarro num pudim, minha sobremesa predileta, mas mulher com cara de
pudim e sabor de pudim, isso daí lasca a humanidade.”
O que lasca a humanidade é vinhoterapia pra
cachorro...
“Sério, podia...”
O disco novo do Cícero também lasca a
humanidade...
“Né? É disso que tô falando, sendo genérico
e correndo o risco de parecer preconceituoso e fechado às mudanças da vida, que
são dois pecados inaceitáveis agora, cara, as coisas estão num patamar que se
peidar sai jujuba do cu da negrada.”
HEHE.
“Frescando, mas é fato, sem condições,
parei outro dia pra falar disso com minha namorada, ela até concordou e tal,
disse que eram os valores de geração, o zeit da galera, enfim, o que sei é que
tem um processo aí de paumolização
que afeta homens e mulheres na mesma medida.”
Como assim, ninguém mais quer ter pau, tem
vergonha do pau?
“Exato, os caras têm vergonha do próprio
pau e as mulheres têm de admitir que gostariam de ter um pau, daí adocica geral,
o falo foi esquecido, a felação, não.”
Sei não, bicho, tô meio desconfiado de
tudo, de todos, olho pros cantos e só vejo o pessoal reclamar, reclamar,
reclamar. É uma ladainha, mas ninguém tira o rabinho da cadeira, confere?
“É a vergonha do pau, cara, vá por mim.”
Te mando aquele e-mail hoje ainda, beleza? Tenho
que ir. Abraço.
“Beleza. Abraço.”