É acusada de matar a filha de sete anos e de estuprar a mais nova, uma dupla violência cometida a menos de uma semana do dia das mães, a vizinhança arrogou-se a tarefa de apedrejá-la, não fosse a família abrigá-la por algum tempo, a jovem tem 23 anos, chama-se Zacla, um nome incomum, só agora percebo, eis que a ainda muito jovem Zacla deixou a casa dos parentes e, fugitiva da vista alheia, meteu-se furtivamente em um quarto de motel, lá, conta a polícia, foi presa, não ofereceu resistência, mas riu a valer enquanto o delegado tomava-lhe o depoimento.
Desejo para 2025 desengajar e desertar, ser desistência, inativo e off, estar mais fora que dentro, mais out que in, mais exo que endo. Desenturmar-se da turma e desgostar-se do gosto, refluir no contrafluxo da rede e encapsular para não ceder ao colapso, ao menos não agora, não amanhã, não tão rápido. Penso com carinho na ideia de ter mais tempo para pensar na atrofia fabular e no déficit de imaginação. No vazio de futuro que a palavra “futuro” transmite sempre que justaposta a outra, a pretexto de ensejar alguma esperança no horizonte imediato. Tempo inclusive para não ter tempo, para não possuir nem reter, não domesticar nem apropriar, para devolver e para cansar, sobretudo para cansar. Tempo para o esgotamento que é esgotar-se sem que todas as alternativas estejam postas nem os caminhos apresentados por inteiro. Tempo para recusar toda vez que ouvir “empreender” como sinônimo de estilo de vida, e estilo de vida como sinônimo de qualquer coisa que se pareça com o modo particular c...
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