
Dois filmes no final de semana de Páscoa e descanso e roupas limpas depois de horas sofrendo à beira pia: Precisamos falar sobre o Kevin e Martha Marcy May Marlene.
O primeiro é bem tristinho. Triste de ruim, sem abalos, cheio de excessos, estilizado (no mau sentido), uma direção rasa. Horário da sessão de arte uma pescoçada: 10h45min do sábado. Todavia, Tilda Swinton, inabalável, uma monstra. O contraponto é a dupla que faz Kevin pivete e Kevin jovenzinho. São tão ruins quanto a repetição da textura vermelha em alusão – óbvia - a sangue e chacina (a mãozinha do diretor acenando, very cool).
Pior cena em muito tempo: Kevin jovenzinho apronta com a irmã pequena – um lance diabólico. Família reunida na hora do café, o garoto se diverte mastigando lentamente o sumo carnudo de uma fruta que parece pitomba, mas é outra coisa. Grande sacada – me digam depois.
Já a ideia-base de Martha... parece ter sido esta: vamos fazer um filminho descolado com final abrupto e elíptico. Antes, instigamos o público com umas teses nebulosas e escalamos uma cara nova com punch suficiente pra nocautear. Pronto, eis a fórmula. É fantástico o trabalho da irmã inteligente do clã Olsen – que inclui as duas gêmeas bocós -, Elisabeth. Aliás, menina espetacular, candidata natural a musa da geração ao lado de Jennifer Lawrence.
Resumindo, a história é interessante, mas sem tanta inventividade. Menina transita entre comunidade mezzo hippie com vocação patriarco-sádica e velho mundo organizado sobre o tripé consumo, família e sustentabilidade de butique. Tensão é pasteurizada – o filme inteirinho é assim, instagramizado. Eventos misteriosos e clima que flerta com o suspense pareciam sugerir uma boa história. Ficou na promessa.
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