Tem essa chuvinha da manhã de sábado, lenta, morosa, cheia de hiatos que acenam e convidam com insistência a calcular alternativas a, b e c num cenário turbulento, ainda sem considerar as opções que se estendem antes e depois do alfabeto imediatamente familiar, tocando pontos aos quais preferimos não lançar o olhar curioso, pontos esquisitos, estranhos, pontos distantes e escuros, dilacerantes e sossegados.
Inviabilizado o sentido, e dali não se vai além por um bom tempo, até que, um instante quando, mobilizado por vontade infantil, uma dessas vontades tão frequentes numa manhã sonolenta de sábado, quando acordar parece recuperar-se de uma longa paixão infrutífera, o excessivo passe a não soar excessivo, mas, ao contrário, perto, bonito, travesso e preciso.
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