Andorinha Sinhá
Pensava ela que fosse a única maneira de aproximar-se, de sentir-se. Acreditava que, naquele momento, pudesse ficar de igual para igual. Queria ser mulher madura, mostrar-se decidida, segura, sentir-se dele a todo instante. Pelo menos, ali, na cama, queria comandar. Não era sexo que buscava, embora fosse assim que descobria sempre, que estava a um patamar abaixo.
Queria ser leve, bonita e inteligente. Na verdade ela queria ter um dom. Queria poder ajudar a todos. Doía-lhe na alma ver o mundo. Ela queria poder dizer e escrever coisas bonitas. Queria tanta coisa que não sabia o que queria. Mas o que mais queria era ter um amor, mas não sabia comportar-se.
Queria o início, o começo. Onde podia fazer e dizer coisas bobas.
Queria ter tomado café da manhã.
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