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Give me a salad, please...


Tudo bem. Vamos aos fatos da semana. Finalmente vi Distrito 9. Li muita besteira sobre o filme nesse tempo todo em que estive humanamente hesitando entre ver e não ver. Acabei vendo. E gostando.

Acho que traz novidades. Usa muito bem recursos dos videogames. Jogos de tiro em primeira pessoa, essas coisas. Gosto dos efeitos. A nave suspensa sobre a favela parece realmente suspensa. Os alienígenas são críveis. Ele é rápido, certeiro.

Não gosto do começo: como notificar 1,8 milhão de ETs batendo de porta em porta? Não entendo. A abordagem é falsa. Os aliens são fortes, grandes, arrancam um braço como se estivessem despetalando uma flor. E não havia tantos policiais acompanhando quem entregava as correspondências.

Um detalhe que poderia ter melhorado.

Outro ponto: a leitura política é rasteira. Bem rasteira. Por que tanta gente superestimou a política? O que vale é: a narrativa. Como é narrado o caso. Como são expostos os personagens. Se os ETs podem ser vistos como negros segregados... Não importa. O que importa é: diretor assiste a filmes e emprega recursos inteligentemente. Um exemplo: parecer um documentário.

Distrito 9 flerta com a realidade. Na verdade, faz parte da família de filmes que têm seu êxito visceralmente proporcional à porcentagem de realidade que conseguem reunir. Sendo assim, lançam campanha de publicidade em que o grande trunfo é dar tratamento de realidade ao trabalho ficcional (nos EUA, cartazes com os dizeres “Expulsem os aliens” foram espalhados).


Resumindo: o filme é ótimo. Final bem-resolvido, cenas de batalha arrebatadoras. É boa ficção científica. E custou apenas US$ 30 milhões, quantia arrecadada apenas em três dias de exibição nos Estados Unidos.

Meu grande temor: a continuação. Porque vai haver uma, sim. Neil Blomkamp já disse
isso. “Estou apenas procurando uma boa história”, confessou. Algum esperto está agora mesmo conjecturando modos e estratégias para faturar com Distrito 10. E se antes havia desconfiança suficiente para impulsionar o trabalho criativo, agora é diferente: talvez haja dinheiro sobrando. E isso pode significar: O FIM.

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