Tem dias assim: você acorda, acorda, mas quer permanecer dormindo, deitado e dormindo, deitado, enrolado, e dormindo, e dormindo, porque levantar requer esforço extra-humano, porque esforçar-se não faz parte da programação básica do dia, da quinta-feira, nem da sexta-feira bem menos ainda do sábado, ainda que os sábados sejam dias por excelência movimentados, que exigem mesmo um “O que vamos fazer logo mais?”, mas, a despeito dos sábados, quero mesmo é ficar aqui e curtir essa nova onda do roque inglês, ficar, ficando, ficar assim, meio vácuo, vago, vasto.
Gosto de como soa atacarejo, de seu poder de instaurar desde o princípio um universo semântico/sintático próprio apenas a partir da ideia fusional que é aglutinar atacado e varejo, ou seja, macro e micro, universal e local, natureza e cultura e toda essa família de dualismos que atormentam o mundo ocidental desde Platão. Nada disso resiste ao atacarejo e sua capacidade de síntese, sua captura do “zeitgeist” não apenas cearense, mas global, numa amostra viva de que pintar sua aldeia é cantar o mundo – ou seria o contrário? Já não sei, perdido que fico diante do sem número de perspectivas e da enormidade contida na ressonância da palavra, que sempre me atraiu desde que a ouvi pela primeira vez, encantado como pirilampo perto da luz, dardejado por flechas de amor – para Barthes a amorosidade é também uma gramática, com suas regras e termos, suas orações subordinadas ou coordenadas, seus termos integrantes ou acessórios e por aí vai. Mas é quase certo que Barthes não conhecesse atacarejo,...
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