Hoje é 19 de março. E não choveu. Ao contrário: faz calor até agora. Um clima abafado sufoca todo mundo. O único refúgio é a calçada. Nas ruas, rodas se recuperam, o vento da noite enxuga o suor da cozinha. As mulheres respiram, as crianças correm.
Os maridos fumam. Acabo de fumar. Um cigarro. Nada de maconha, nada de sálvia. Fumei cigarro industrial. Uma coisa legal. Vendida na esquina. Gera emprego. Décimo terceiro salário, peru de natal, ovos de páscoa. Férias. Algo definitivamente domesticado. O cigarro é um evento social. Um encontro. Fumando, você se sente melhor. O cigarro faz bem. O gosto ruim na boca depois é apenas detalhe. Um cigarro apenas. E o gosto. O sabor. A impressão: mastiguei um pedaço de carvão. Mordi o rabo do capeta. Beijei o demônio, que soprou seu hálito na minha boca depois de aspirar toda a minha humanidade. Tudo isso em apenas um cigarro. Tudo mesmo.
Ocasionalmente, o cigarro mata. Aquelas pessoas atrás da embalagem que o digam. Infelizmente, elas ficam de costas nas mesas de bar. Encostam suas caras ossudas nos tampos de plástico das mesas fornecidas pelas cervejarias. Não dizem nada. Conversam entre si? Acho que não. A maioria está morta.
Mas como ia dizendo, hoje é 19. E nada de chuva.
Os maridos fumam. Acabo de fumar. Um cigarro. Nada de maconha, nada de sálvia. Fumei cigarro industrial. Uma coisa legal. Vendida na esquina. Gera emprego. Décimo terceiro salário, peru de natal, ovos de páscoa. Férias. Algo definitivamente domesticado. O cigarro é um evento social. Um encontro. Fumando, você se sente melhor. O cigarro faz bem. O gosto ruim na boca depois é apenas detalhe. Um cigarro apenas. E o gosto. O sabor. A impressão: mastiguei um pedaço de carvão. Mordi o rabo do capeta. Beijei o demônio, que soprou seu hálito na minha boca depois de aspirar toda a minha humanidade. Tudo isso em apenas um cigarro. Tudo mesmo.
Ocasionalmente, o cigarro mata. Aquelas pessoas atrás da embalagem que o digam. Infelizmente, elas ficam de costas nas mesas de bar. Encostam suas caras ossudas nos tampos de plástico das mesas fornecidas pelas cervejarias. Não dizem nada. Conversam entre si? Acho que não. A maioria está morta.
Mas como ia dizendo, hoje é 19. E nada de chuva.
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