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Bom, prefiro a cinza

Melhor quando não se pode esperar qualquer coisa. E ela vem. Não. Ela, qualquer coisa. No domingo costumo acordar com o cheiro do café esfriando na xícara e os gritos do Galvão Bueno narrando a largada da F-1. Definitivamente, gosto dos domingos. Adio até o último minuto as coisas que, no sábado, foram empurradas para o dia seguinte. Ou seja, para o domingo. Portanto, esse dia, a rigor, o primeiro da semana, é dia de adiamentos incessantes. Sucessivos. O que tenho de fazer agora jogo para depois. Filosofia de vida levada a extremos surpreendentes. ASSIM VOU ME ESTREPANDO. Se gosto dos sábados? Sim, também. De modo geral, prefiro os dias da semana útil. Não entendo essas coisas, apenas que prefiro sair de casa para trabalhar na segunda-feira de manhã a ter de ficar em casa — ou sair, dá no mesmo — no sábado. Domingo não tiro os pés de casa. A não ser que tenha de ir pegar o aluguel do outro lado da cidade. Se tiver, jogo a mochila nas costa, subo na 55 na Bezerra de Menezes e sacolejo d...

SALVO-conduto ou contudo

Novamente à ativa depois de uma semana, digamos, às cegas. Leiam o jornal de domingo. Bom, o que temos de novidade? Todo mundo sabe: ainda estamos aqui. Não fomos tragados por qualquer buraco nem detidos por soldados venezuelanos que, ontem mesmo, nos tinham prometido livrar de todo o mal, amém. Estamos bem aqui, vivos. Ou quase. Eu, sentado na cadeira de forro verde, os olhos embaçados, as pernas doloridas, os cabelos obedientes caem aos punhados, os braços sacolejam, a cabeça trepida, os joelhos amanhecem inchados. Sou a decadência em pessoa, a consciência estropiada de Jack. Divertimento do dia: matar zombies. Enquanto isso, um vizinho escuta Ramones há pelo menos duas horas. Mais alguma coisa? Não sei. Preciso comprar uma lâmpada nova para a cozinha. Por que as lâmpadas costumam queimar à noite? Por que não há serviços de delivery para fluorescentes? Por que precisamos clarear tudo? Do que temos medo? GOD zilla? Da cegueira branca? Dizia: preciso trocar a lâmpada. Apenas isso. E pa...

PASTMAN

Domingo chegando ao fim. Novidades? Eu, não. Tudo na mesma. Li o jornal, vi o jornal, ouvi o jornal. Tanto jornal deve fazer mal. Curioso. Ultimamente tenho sentido alguma dificuldade para ler. Leio três, quatro páginas... E paro. Acabo de ver uma foto do Albert Camus no site do Sérgio Rodrigues. Lembrei que, logo quando comecei a escrever, queria ter aquele rosto. Olhar perdido, cigarro pendendo dos lábios. E mais nada. Uma mãe morta? Nem pensar. Gosto da minha. Curioso ter falado dele aqui. Não sabia mesmo de quem se tratava quando catei O estrangeiro na biblioteca do SESC, na rua 24 de Maio, ao lado da Igreja Universal do Reino de Deus. A mesma coisa aconteceu com Bukowski, Herman Hesse e, deixa ver, Fante. Minto. Peguei o meu primeiro Fante emprestado com alguém da faculdade. Não lembro exatamente em que circunstâncias. 1933 foi um ano ruim foi o primeiro Fante. Cartas na rua foi meu primeiro Bukowski. Até hoje, o melhor. Melhor até que Misto quente — porque foi o primeiro. Meu...

Mais coisas do mundo das ADIVINHAÇÕES

Como sabem, hoje é sábado. Meio-dia, mas sábado. Acordei às 10 em ponto. Uma coisa. Escrevi isso ao meio-dia. Agora, 17h10, tenho outras coisas a dizer. Recebi pelo correio o livrinho Devoradores de Mortos , do Michael Crichton. O mesmo de O parque dos dinossauros . Também recebi Sob o Sol da Toscana . Os dois juntos, no mesmo pacote marrom com uma etiqueta contendo os meus dados. Estranharam-se na viagem? Quem sabe... Quero ser frio como Anton “Sugar”. O cara é muito bom. Claro, sou inofensivo. Ele, mortal. Nunca verei um cilindro de ar-comprimido com os mesmos olhos. Nem as pequenas moedas de cinco centavos. Esse cara ressignificou dois objetos cujos usos parecem banais. Porque, de fato, eram banais. Não quero falar de eleição municipal. Qual a graça? Está tudo definido. A Loura vai ganhar novamente. A Patrícia é uma tapada sem graça. E ainda tem o Ciro “Boca do Inferno” Gomes a espantar os eleitores mais tímidos. O Moroni é tão habilidoso politicamente quanto um tubo de PVC. Adahil ...

Mais dia, menos dia, o acelerador ENGOLFAR-NOS-Á!

Ia postar agora mesmo um texto de ficção. Desisti. Acho que vou insistir com ele. Pode render alguma coisa. Um remendo aqui, outro ali... Quem sabe. Quinhentos reais? Veremos. Tenho uma semana até o prazo final. Até lá, algumas xérox pela frente. E trabalhos. E um evento de cultura popular para cobrir. Não de raiz. Popular. O que é coisa de raiz? Tem alguma coisa a ver com mandioca ou cenoura? Devia desistir da faculdade e me tornar agricultor... Leio Radical Chic . Tenho de ler. A lista de espera aumenta a olhos vistos. Que fazer, grande Marx? Não sei. Cansei de ser preguiçoso é o nome da minha banda favorita. O que vocês sabem sobre aceleradores de partículas e armagedom? Nada? Tudo? É bom que saibam alguma coisa. De qualquer forma, em caso de tudo vir a se tornar um pequeno borrão negro no mapa estelar das divindades insuspeitas, isso não teria a menor importância. Sabem rezar? Pois isso também não tem a menor importância. O acelerador é totalmente ateu. Ele só se preocupa mesmo é c...

Eu também vou reclamar

Sábado atípico. Escrevi até as 4 da manhã. Acordei às 9 sem saber o que fazer. Saí de casa. Fui até a praia. Muito vento e areia. Mar bonito, o céu enfeitado de velas coloridas do kitesurf. Na água, outra prática: wind. Fora, homens e mulheres dourados. Barracas, crianças, famílias, cerveja. Areia na cueca. Dor de barriga. Nunca mais. Dormi das 15 às 17. Sono bom de sábado. E um bônus: eclipse parcial da Lua. Na televisão, jogos de futebol e amor. Mulheres que querem os seus homens vão ao canal mais próximo para tentar encontrá-los, homens malhados que querem as suas mulheres fazem o mesmo. Elas só vêem topetes. Eles, as mechas azuis. São convidadas para dançar. Dançam. São convidadas para um bate-papo. Batem. Em seguida, arrumam as malas até o sábado da semana que vem. Eles terminam a noite torrando a graninha do cachê num barzinho qualquer da metrópole. A boca da Ana Maria Braga ficou incrível. Heath Ledger teria ficado com inveja. Tem um cara na rua que fala bem alto. É o “radiador...

Antes que finde o fim de semana

Lembram que falei da Floresta? Pois é. Agora, já podem saber do que se tratava . Outra coisa: hoje tem São Paulo versus Grêmio. Muito bom... Mais até o final do dia. Quero publicar algo escrito ontem à noite. Aguardem. Gosto de colocar as coisas em ordem no domingo. Até lavei a louça do almoço, empilhada há vinte e quatro horas. Pois é. Ela ficou espantada. Coisas assim não costumam acontecer desde que nos entreolhamos, no final de 1997. De lá para cá, conto nos dedos de um torneiro mecânico com a sorte bem pior que a do Presidente as ocasiões em que tenha me aproximado de uma pia cheia de pratos, panelas e colheres sujos de creme de galinha. Mas isso aconteceu hoje, domingo, 17 de agosto de 2008. Estamos bestas. Agora posso ler os jornais sossegado enquanto colho os louros da atitude olímpica até a próxima década, quando já estarei perto de sair da adolescência e, desse modo, poder pagar alguém para fazer o "serviço sujo" da casa. Do outro lado da rua, eu faço o meu "se...