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Eu PODO...

Que será que será que será? Ninguém sabe, ninguém viu. Aos pais leitores do blog: boneco do Max Steel a partir de 19,90, nas Lojas Americanas. Fui comprar barra de chocolate e acabei perdendo alguns bons minutos vendo brinquedos. Uma boneca escura, não preta, mas marrom. Como se fosse chocolate. Acho que entrou na cota dos negros. Cota para os brinquedos, sim. Existe. Você pega a boneca branca de olhos verdes e muda a pintura dela. Os olhos continuam verdes. Como os personagens de novela que resolvem se disfarçar por algum bom ou mau motivo. Põem bigode e óculos. Passam por estranhíssimos. Pior: exibem uma peruca loura – Donatela – e se transformam num extra. Extra. Aproveito para dizer: essa novela é ridícula. Aproveito e suspiro: que mundo eles evocam, os brinquedos... Reticências. Cresci amando as Lojas Americanas. Também a Mesbla. Mas as Americanas encabeçavam a lista de estabelecimentos comerciais com direito a assento cativo em algum vão do meu coração infantil cheio de sonhos e ...

NO BOSQUE salpicado de PINHEIROS

O que sabem a respeito de escotilhas? E espaços intra-urbanos? Bom, eu também. Nada. Mas vou me virando como posso. Sim, escotilhas. Quero saber mais. São escuras por dentro. Trazem “quarantine” à porta. Não têm volta. Ou aparentam não tê-la. Guardam segredos, armas, vitaminas, bicicletas ergométricas e, bem... Guardam centrais de informação. A que servem? “I don’t know”. Cara, mas quem sabe?! Entupi a coluna ao lado com os blogs e sites prediletos – que não é a palavra exata. Quis dizer os lugares que freqüento. Faço isso por mim mesmo. Preciso ler. Atualizar é a palavra. Blogs são geladeiras. Os adesivos de gás de cozinha e água são as informações. Tenho muito a dizer e pouco tempo. Roberto Bolaño é melancólico. Portanto, não se atreva a lê-lo entre meia-noite e cinco da manhã. Faz mal. Eu disse: entre meia-noite e cinco da manhã. Faça outra coisa. Tem algum jogo no computador? Porque B é mais pesado que matar zumbis aos montes. Mais pesado que construir sociedades beligerantes que d...

Sejamos justos

Alguém morreu. Antes, disse — Lo esencial es la emoción. La escritura tiene que estar viva, y aunque no sé cómo explicarlo, se trata de algo muy sencillo: desde los griegos, la buena literatura te hace sentir un nudo en la boca del estómago. Lo demás no sirve para nada. E isto também... Entre la gente de mi edad, incluso los que pertenecemos a una clase acomodada que no ha sido víctima de ningún tipo de discriminación, hay una sensación de malestar, una tristeza y una desconexión muy profundas. Palavras de um suicida. Para ser preciso: de um enforcado. Procurem o artigo completo ali . Bom, ele deve ter pesado tudo muito bem antes de fazer qualquer coisa. Até que fez. Está feito. Suspenso no ar. Sem peso. Sem ar. Tinha quarenta e seis anos. Trinta e três quando escreveu “Infinite Jest”. Não li. Talvez demore bastante até estar plenamente equipado e disposto a ler. Deve ter pesado... Deve. Dúvida. Estou escrevendo sobre a dúvida. Vou indo, hoje ainda é segunda.

Um longo suspiro sobre nada

Sim, era o que tinha em mente. Escrever num fim de domingo ao som de “Década Explosiva Romântica”. Aquela mesma coletânea de canções bastante conhecidas que embalou as bebedeiras de meu pai ali quando ambos, ele e eu, tínhamos pouco ou quase nada na cabeça. Dê um exemplo? “Roberta, io che non vivo” é um. “Reflections of my life” é outro. “Michelle”, mais um. Todas elas vêm da rua, da esquina, do bar, do grupo de desocupados que, neste fim de domingo, resolveu embarcar na máquina do tempo e reviver os velhos tempos. Que arrepio... “Reflections...” é linda. Ouçam aqui o disco todo. Tentem não chorar, lembrar das bobagens que nos acontecem quando temos todos dez anos. Duvidam? Trecho da música. I'm changing, arranging I'm changing, I'm changing everything Oh, everything around me The world is a bad place A bad place, a terrible place to live Oh, but I don't wanna die Vocês conhecem Billy Joe Thomas? Ele é responsável por isto: She was just sixteen and all alone when I came...

O Destino apontou e disse: "Como você se chama?"

NÃO SOU FATALISTA. Não acredito que coisas ruins aconteçam apenas com pessoas cujas linhas da mão comportam destinos ruins. Nas linhas, destinos ruins. Não podem correr ou se esconder. É pior. Uma viga cairá nas suas cabeças, um filtro, uma geladeira. Um jarro contendo margaridas espatifar-se-á contra o dorso dessa pessoa, e ela morrerá sem saber o que a atingiu, quem ou quando. Muito menos por quê. Não acredito em nada disso. Mas acredito, sim, que, em alguns casos, em situações absolutamente especiais, em condições inacreditavelmente específicas, irreproduzíveis em laboratório ou mesmo inenarráveis — em momentos assim, certo tipo bastante incomum de ondas cerebrais costuma atrair eventos ou fenômenos estranhos. Disso decorre que coisas estranhas passem a inesperadamente acontecer a certo tipo de gente igualmente estranha. De forma que, antes que perca a linha do raciocínio, é totalmente previsível que pequenos mas poderosos incidentes acabem marcando a trajetória dessa nada especial ...

Última do dia

Um escrito de domingo ligeiro e certeiro. Porque a semana começou, e leve, e rápida, e orgástica, e tensa porque há quantas coisas pela frente e apenas um soldado desarmado a enfrentá-las. De mãos livres. Teclado adiante do peito. Ou coisa parecida. Primeiro, decidi o seguinte: ao lado, os cadernos especiais que já produzi trabalhando em O POVO de fevereiro a setembro de 2008. Quem não leu agora tem a chance de fazê-lo. Depois penso se construo um pequeno atalho até as resenhas escritas para a nossa página de livros. Era isso. Cinco caderninhos sobre os mais variados assuntos.

Here and there

Então... Não tem fim. Quando imagino haver exterminado o último morto-vivo de Raccom, ouço grunhidos e arrastar de pés. Me preparo para o pior sacando uma sub-metralhadora com munição infinita. Em breve, estraçalho esse farrapo que insiste em assombrar a raça humana alimentando-se de nossa carne. Mas há outros deles. Logo duas dezenas desentocam-se de corredores, abrindo e fechando portas, subindo ou descendo escadas. Querem a mim. Sem dúvida alguma, devem ter chegado à conclusão: para o jantar, teremos o soldado Leon. Então só me resta correr? Nada. Caminho até o baú mais próximo, desses que costumam guardar os pertences dos nossos avós nas casas caiadas da infância. Ao contrário dos baús da memória, esse de que falo contém pequenas jóias: rifles, lança-granadas e metralhadoras giratórias. Além de facas e pedaços que, se agrupados devidamente, formam uma bomba relógio ou coisa parecida. Abro-o e tiro de lá a mais potente das armas disponíveis. Fim da piada. Posso dormir sossegado ao m...