Que será que será que será?
Ninguém sabe, ninguém viu. Aos pais leitores do blog: boneco do Max Steel a partir de 19,90, nas Lojas Americanas. Fui comprar barra de chocolate e acabei perdendo alguns bons minutos vendo brinquedos. Uma boneca escura, não preta, mas marrom. Como se fosse chocolate. Acho que entrou na cota dos negros. Cota para os brinquedos, sim. Existe. Você pega a boneca branca de olhos verdes e muda a pintura dela. Os olhos continuam verdes.
Como os personagens de novela que resolvem se disfarçar por algum bom ou mau motivo. Põem bigode e óculos. Passam por estranhíssimos. Pior: exibem uma peruca loura – Donatela – e se transformam num extra. Extra.
Aproveito para dizer: essa novela é ridícula. Aproveito e suspiro: que mundo eles evocam, os brinquedos... Reticências.
Cresci amando as Lojas Americanas. Também a Mesbla. Mas as Americanas encabeçavam a lista de estabelecimentos comerciais com direito a assento cativo em algum vão do meu coração infantil cheio de sonhos e coisas boas. Cheio de jogos de videogame e bonecos e carrinhos e bolas e pequenas objetos inventados por gente como nós, as crianças que brincam.
As Americanas, sim. Hoje quando entro de mochila na loja vem logo um segurança saber com os pensamentos “Que merda esse cara tá pensando em fazer olhando pilhas de DVDs por tanto tempo?” Quer dizer, um dia ama-se a loja. No outro, é-se perseguido por ela. Confundido com um marginalzinho que, mesmo na era do Torrent, prefere roubar algum título como VEM DANÇAR COMIGO, POR 12,99 EM QUALQUER LOJA VAGABUNDA.
Coisas da vida.
Saiu aqui. Leiam. Ou não. Verbos no imperativo enchem o saco. Tenho mania deles.
Não reparem na foto sépia. Todos estão coloridos, menos eu. Todos sorriem ou quase isso, menos eu. “VEJAM QUE INTERESSANTE AQUELA FORMIGA DANDO O DEDO PRA MIM ENQUANTO CAVALGA A SUA FÊMEA” é o que pareço estar pensando nesse foto esquisita. Feita por mim.
Depois me digam o que acharam do texto, da ilustração, do caderno. Fazem bem preferindo silenciar. Fazem bem preferindo falar. FAZER BEM É, NA HORA CERTA, NO LUGAR CERTO, DIZER AS COISAS ERRADAS.
Leio Campos de Carvalho. Querem saber? Parem tudo – eu disse Tudo – que estiverem fazendo e leiam – os imperativos – Campos de Carvalho. Precisamente: “O púcaro búlgaro”. Posso dizer isso? Claro que posso. Estou em casa. Sou lido por duas pessoas a quem estimo a valer. Posso falar o que penso sem medo. Não sou professor de literatura nem escrevo poemas eróticos e os publico em blogs que meus alunos, num “google”, acabam encontrando e se servindo dessas peças para me delatar à direção da escola onde ensino, fato que ensejará a minha sumária demissão.
Acreditam nisso? Basta ler (para assinantes).
Ia dizendo: leiam Campos de Carvalho. Ia dizendo que vi em Carvalho qualquer coisa familiar. Daí o enjôo – ano que vem esse maldito acento irá pelos ares. Digo: vejo nele qualquer coisa que em mim alegra. Um parente bem próximo – quem dera. E nunca havia lido Campos de Carvalho. Descobri o fogo, a roda, o antiinflamatório.
DESCOBRI A PÓLVORA.
Nas Lojas Americanas há carrinhos baratos, por cinco reais cada. Mas são bem feiinhos. Se quiserem coisa melhor, bom procurar noutra loja.
Ontem experimentei algo surreal: fui ao shopping perto de casa ver um filme para o jornal. UM filme bastante ruim mas que tinha de ser feito. Dos mesmos produtores de “Todo mundo em pânico”. Não preciso dizer mais nada.
Apenas que fiquei assustado com a manada de adolescentes na faixa dos 13-17 anos que fica escorada no gradil da saída do cinema. Fazendo o quê?, vocês me perguntam.
Excitando-se.
Logo um segurança – eles novamente – põe todos os infantes para bem longe. Esfreguem-se noutro lugar, não na minha área, não na droga da minha sessão ou no meu horário de trabalho. Esperem o cara das nove chegar. Logo o rádio é acionado. Alguém cobra rigidez. O homem apenas ri. Nota-se: já foi jovem e suscetível às coisas que balançam no vaivém de uma balada.
Querem saber? Estou cansado. Nem ia escrever. Mas como tenho sentido que depois de uma boa batucada no teclado as coisas vão de cinco a dez e Todos os fogos o fogo explodem no ar chamuscando as minhas pestanas de tanta felicidade e euforia, resolvi antes de dormir ou ver televisão dizer que sim, eu posso ser uma pessoa melhor, mais bem relacionada e endinheirada.
Resolvi dizer: I CAN!
Ninguém sabe, ninguém viu. Aos pais leitores do blog: boneco do Max Steel a partir de 19,90, nas Lojas Americanas. Fui comprar barra de chocolate e acabei perdendo alguns bons minutos vendo brinquedos. Uma boneca escura, não preta, mas marrom. Como se fosse chocolate. Acho que entrou na cota dos negros. Cota para os brinquedos, sim. Existe. Você pega a boneca branca de olhos verdes e muda a pintura dela. Os olhos continuam verdes.
Como os personagens de novela que resolvem se disfarçar por algum bom ou mau motivo. Põem bigode e óculos. Passam por estranhíssimos. Pior: exibem uma peruca loura – Donatela – e se transformam num extra. Extra.
Aproveito para dizer: essa novela é ridícula. Aproveito e suspiro: que mundo eles evocam, os brinquedos... Reticências.
Cresci amando as Lojas Americanas. Também a Mesbla. Mas as Americanas encabeçavam a lista de estabelecimentos comerciais com direito a assento cativo em algum vão do meu coração infantil cheio de sonhos e coisas boas. Cheio de jogos de videogame e bonecos e carrinhos e bolas e pequenas objetos inventados por gente como nós, as crianças que brincam.
As Americanas, sim. Hoje quando entro de mochila na loja vem logo um segurança saber com os pensamentos “Que merda esse cara tá pensando em fazer olhando pilhas de DVDs por tanto tempo?” Quer dizer, um dia ama-se a loja. No outro, é-se perseguido por ela. Confundido com um marginalzinho que, mesmo na era do Torrent, prefere roubar algum título como VEM DANÇAR COMIGO, POR 12,99 EM QUALQUER LOJA VAGABUNDA.
Coisas da vida.
Saiu aqui. Leiam. Ou não. Verbos no imperativo enchem o saco. Tenho mania deles.
Não reparem na foto sépia. Todos estão coloridos, menos eu. Todos sorriem ou quase isso, menos eu. “VEJAM QUE INTERESSANTE AQUELA FORMIGA DANDO O DEDO PRA MIM ENQUANTO CAVALGA A SUA FÊMEA” é o que pareço estar pensando nesse foto esquisita. Feita por mim.
Depois me digam o que acharam do texto, da ilustração, do caderno. Fazem bem preferindo silenciar. Fazem bem preferindo falar. FAZER BEM É, NA HORA CERTA, NO LUGAR CERTO, DIZER AS COISAS ERRADAS.
Leio Campos de Carvalho. Querem saber? Parem tudo – eu disse Tudo – que estiverem fazendo e leiam – os imperativos – Campos de Carvalho. Precisamente: “O púcaro búlgaro”. Posso dizer isso? Claro que posso. Estou em casa. Sou lido por duas pessoas a quem estimo a valer. Posso falar o que penso sem medo. Não sou professor de literatura nem escrevo poemas eróticos e os publico em blogs que meus alunos, num “google”, acabam encontrando e se servindo dessas peças para me delatar à direção da escola onde ensino, fato que ensejará a minha sumária demissão.
Acreditam nisso? Basta ler (para assinantes).
Ia dizendo: leiam Campos de Carvalho. Ia dizendo que vi em Carvalho qualquer coisa familiar. Daí o enjôo – ano que vem esse maldito acento irá pelos ares. Digo: vejo nele qualquer coisa que em mim alegra. Um parente bem próximo – quem dera. E nunca havia lido Campos de Carvalho. Descobri o fogo, a roda, o antiinflamatório.
DESCOBRI A PÓLVORA.
Nas Lojas Americanas há carrinhos baratos, por cinco reais cada. Mas são bem feiinhos. Se quiserem coisa melhor, bom procurar noutra loja.
Ontem experimentei algo surreal: fui ao shopping perto de casa ver um filme para o jornal. UM filme bastante ruim mas que tinha de ser feito. Dos mesmos produtores de “Todo mundo em pânico”. Não preciso dizer mais nada.
Apenas que fiquei assustado com a manada de adolescentes na faixa dos 13-17 anos que fica escorada no gradil da saída do cinema. Fazendo o quê?, vocês me perguntam.
Excitando-se.
Logo um segurança – eles novamente – põe todos os infantes para bem longe. Esfreguem-se noutro lugar, não na minha área, não na droga da minha sessão ou no meu horário de trabalho. Esperem o cara das nove chegar. Logo o rádio é acionado. Alguém cobra rigidez. O homem apenas ri. Nota-se: já foi jovem e suscetível às coisas que balançam no vaivém de uma balada.
Querem saber? Estou cansado. Nem ia escrever. Mas como tenho sentido que depois de uma boa batucada no teclado as coisas vão de cinco a dez e Todos os fogos o fogo explodem no ar chamuscando as minhas pestanas de tanta felicidade e euforia, resolvi antes de dormir ou ver televisão dizer que sim, eu posso ser uma pessoa melhor, mais bem relacionada e endinheirada.
Resolvi dizer: I CAN!
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