Uma criança é uma criança e
apenas uma criança, então lembrei que aos quatro anos brincava com uma amiga
atrás do sofá quando resolvemos tirar a roupa e depois aos cinco olhava minhas
tias ficarem nuas no quarto atrás da cortina e aos seis fazia piadas com
genitálias e aos sete subi no telhado para espiar minhas primas tomando banho e
aos oito fui a um quarto com um amigo e lá ele me disse que queria me beijar
mas eu falei pra ele que gostava mesmo era da Maria, empregada da casa da mãe
dele, e continuamos amigos, e finalmente aos 9 a moça que trabalhava na minha
casa perguntou se eu queria brincar de Romeu e Julieta, eu era criança e só
conhecia o Bozo, que já era perversão suficiente pra essa
idade mas então eu só achava legal e inocente como uma criança costuma ser.
Então a moça da minha casa explicou o jogo e em seguida brincamos, as regras eram poucas e muito simples, tudo consistia em me fazer tirar sua blusa e na sequência chupar seus peitos. Isso durou semanas.
Então a moça da minha casa explicou o jogo e em seguida brincamos, as regras eram poucas e muito simples, tudo consistia em me fazer tirar sua blusa e na sequência chupar seus peitos. Isso durou semanas.
Aos dez ganhei um beijo da
amiga da amiga de um primo que guardo até hoje e aos 11 fiquei apaixonado pela
garota que sentava na minha frente, mas antes disso, aos 8 ainda, tinha gostado
de duas garotas, o que se repetiria aos 12 e aos 16 e depois aos 23. Aos 13
tive minha primeira frustração amorosa e hoje agradeço todos os dias que ela tenha
demorado tanto porque foi uma coisa dolorosa pra caramba. Aos 16 namorei pela
primeira vez e aos 19 casei, aos 29 separei e aos trinta e poucos casei
novamente.
E agora estou aqui aos 37 pra
dizer que me sinto mais ou menos como a criança que fui, eu sempre tive certeza
de que era amor o que sentia, sempre procurei amor, era amor que buscava quando
resolvi sentar na terceira cadeira da última fileira na 5ª série, era amor em
cima da casa e atrás do sofá e depois escondido no quarto e na casa de praia e
no corredor do apartamento e numa sala escura do teatro da cidade enquanto
todos dançavam ali perto e a gente espiava por cima dos ombros porque é assim
que sentimos que o tempo passa quando amamos mesmo.
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