Acabou. Antes de pousarem, nada. Nem ninguém. Novo PEM? Ninguém sabe, ninguém viu. Um buraco, um fosso. Como um baú sem fundo, um espelho sem reflexo. A assimetria espontânea? Talvez.
Um detalhe: não gosto quando tudo se descola demais da realidade, da esfera do plausível, do racional, quando descobrimos que o herói franzino pode porque pode voar e nada explica isso, NADA. O liame é tênue, pendura opções que facilmente escorregam de um lado e outro, passam de cá para lá e vice-versa num piscar de olhos. Mas eu não queria que com eles fosse assim. Quero o terror na terra, o horror do real, o vexame de estarmos visceralmente presos ao aqui e agora. Não sei, mas acho perigoso... O rumo das coisas, pessoas e coisas, entendam. Quero absurdos encerrados em três dimensões e não em dez ou mais. Gosto da família de coelhos, eles são assustadoramente reais. Portanto, a grande diferença: estar tão distante que a própria distância se torna detalhe e tão próximo que qualquer passo além da esquina nos aborreça.
Ouvi dizer que há bem mais que três dimensões.
O que pode ter havido? Intui-se mudança repentina no eixo espaço-tempo. Após giro de manivela, disparo rumo ao vazio, à gosmenta anti-matéria. De roda-gigante, de círculo iluminado, do círculo polar ártico. Em seguida, nada. O que esperar daqui para frente? Eles voltarão, sim. Mas por quê? Mortos ou vivos, isso é o de menos importante.
E o que é a coisa em si? Um professor de filosofia dizia “A coisa em si não existe”. Acho que ele estava mentindo. A coisa em si existe, sim. O prego em sim, a bolha em si, a doença em si, a raiva em si, a palavra em si. Quero dizer que mistérios, milagres existem. Termos vida aqui e não ali é milagre. Sob certo ângulo, sob certa luz, entre certas paredes e para certo tipo de pessoa, sim – termos vida é milagre e não obra radicalmente casual dos deuses. Casual é minha mulher vestir preto amanhã e não um mundo inteiro feito de organismos vivos, inteligentes ou não, se arrastar sobre e sob a superfície de um planeta.
Deslocamentos temporais são possíveis? Eu estar aqui e, noutro segundo, acolá, três ou dez quilômetros adiante? Eis a grande dúvida. Quer dizer, das angústias, a menor. Mais prazer físico, débil.
Aguardo, aguardo.
Um detalhe: não gosto quando tudo se descola demais da realidade, da esfera do plausível, do racional, quando descobrimos que o herói franzino pode porque pode voar e nada explica isso, NADA. O liame é tênue, pendura opções que facilmente escorregam de um lado e outro, passam de cá para lá e vice-versa num piscar de olhos. Mas eu não queria que com eles fosse assim. Quero o terror na terra, o horror do real, o vexame de estarmos visceralmente presos ao aqui e agora. Não sei, mas acho perigoso... O rumo das coisas, pessoas e coisas, entendam. Quero absurdos encerrados em três dimensões e não em dez ou mais. Gosto da família de coelhos, eles são assustadoramente reais. Portanto, a grande diferença: estar tão distante que a própria distância se torna detalhe e tão próximo que qualquer passo além da esquina nos aborreça.
Ouvi dizer que há bem mais que três dimensões.
O que pode ter havido? Intui-se mudança repentina no eixo espaço-tempo. Após giro de manivela, disparo rumo ao vazio, à gosmenta anti-matéria. De roda-gigante, de círculo iluminado, do círculo polar ártico. Em seguida, nada. O que esperar daqui para frente? Eles voltarão, sim. Mas por quê? Mortos ou vivos, isso é o de menos importante.
E o que é a coisa em si? Um professor de filosofia dizia “A coisa em si não existe”. Acho que ele estava mentindo. A coisa em si existe, sim. O prego em sim, a bolha em si, a doença em si, a raiva em si, a palavra em si. Quero dizer que mistérios, milagres existem. Termos vida aqui e não ali é milagre. Sob certo ângulo, sob certa luz, entre certas paredes e para certo tipo de pessoa, sim – termos vida é milagre e não obra radicalmente casual dos deuses. Casual é minha mulher vestir preto amanhã e não um mundo inteiro feito de organismos vivos, inteligentes ou não, se arrastar sobre e sob a superfície de um planeta.
Deslocamentos temporais são possíveis? Eu estar aqui e, noutro segundo, acolá, três ou dez quilômetros adiante? Eis a grande dúvida. Quer dizer, das angústias, a menor. Mais prazer físico, débil.
Aguardo, aguardo.
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