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É devagar

Não gosto da Céu. Nunca ouvi. Nunca vi. Não pretendo ir ao show. Mas não gosto. Detesto seu nome celestial, o nome do disco – Vagarosa – e o título de uma das faixas – Malemolência . É muita paralisia facial, muita rede balançando, muita lentidão nessa vida frenética. Dá preguiça só de olhar. Céu canta descalça? Se for, piora tudo. Além disso, há essa beleza estonteante expressa sem meias palavras nas fotos de divulgação, esse olhar encantador, esses cabelos cacheados rodopiando na cabeça iluminada dessa nova musa. Tudo tão chato. Mesmo na música, Céu é chato.

"Invisibilidade é comer da maçã novamente"

A quarta entrevista. Oskar pergunta, Henrique Araújo responde. Entre uma coisa e outra, Y. ilustra. Mesmo sem compromisso, mesmo sem paga. Em casa, de esferográfica na mão, sacudiu ideias antigas do aperreio que se dilatava no começo do sono. E rabiscou. Que mais? Finda a entrevista, H. Araújo confessa a Oskar: queria ser três. Ou cinco. Ou vinte. Coisa de bastidores. Cigarro na mão, confessa. Queria ser uma Cacilda Becker. Um Harry Haller estranhamento tardio, lindamente doentio, barbaramente esquisito. Queria ser grupo de teatro. Queria ser torcida organizada. Queria ser muitos. Vendedores de eletroeletrônicos. Atendentes de telemarketing. Estudantes racionais. Sendo um, divide-se como pode. Abaixo, os piores momentos. Oskar - Que há de mentira nisso tudo? Henrique Araújo - Parte da mensagem é mentira. Não a que fica no caminho, que se perde. Mas a que chega. Mentira, invenção, o que seja. É mentira a verdade dita e verdade a mentira registrada, falada ou escrita. Encenada. Ambas s...

Longe, longe

Ora, porá, porá, ora, se a vida não é exatamente essa correria sem rumo, esse farfalhar de folhas sem prumo, essa agitação gigantesca sem pé nem cabeça. Exatamente por isso decido agora parar na próxima esquina e esperar que o islã, que o capital, que o papa e o bispo e o meio ambiente assumam sensatamente que o tempo das grandes transformações já se vai longe.

StarDUST

Fui à igreja ontem. Espanto na sala. Fui, sim. É sempre interessante. É diferente. Há tanta gente acreditando na mesma coisa que saio comovido. Não exatamente comovido. Mas surpreso. Ainda que a premissa, ainda que a premissa... Não quero falar, mas A Premissa é Falha. E quase ninguém se importa com isso. Como se a Mensagem não lograsse êxito porque bem no início da transmissão uma antena danificada não permitisse que os sinais fossem decodificados. Ou como se, por falta de dinheiro ou interesse, do outro lado não houvesse comprado ainda o meu aparelho que converte os sinais em elementos inteligíveis. Por ora, por ora mesmo, é isso.

Tonturas da quinzena. Quero novena exclusiva

A segunda-feira é sempre um golpe duríssimo na vida de qualquer um. Como ser uma pessoa melhor? Como não chorar? O que é a angústia? Por que a sentimos? Ressaca da segunda? E quando vem na terça, o que faço? Mando voltar? Ninguém volta. Ninguém vem. Ninguém vai. Crise do macho, dos trinta, do novo século? Todas as crises juntas? Há verdadeiramente crises ou a vida é isso, movimento desarmonicamente variado? Sem ponto de referência. Sem sujeito. Apenas planos inclinados, lançamentos oblíquos, forças que empurram para cima contrapondo-se às que empurram pra baixo. Tudo isso deixa tonto.

Ainda DFW

Aqui, aqui , um texto fabuloso.