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CaÇANDO desandroides humanos

INDEPENDENTES? Um mergulho de través numa espécie de hiperrealismo cuja profundidade assusta, cuja tonalidade assusta, cuja distância assusta ainda mais. Explico: ou tento ao menos. Fui ao banco. Lá, vi as variações de um mesmo conjunto de notas emitidas por um rosto. Digamos que ela, a balconista, em conversa burocrática com a cliente do banco, engatilhou uma série de lugares-comuns que, flagrados, que, entrevistos, que, coloridos, que, expostos: Explodiram ali mesmo. Preciso logo de outra sessão de Blade Runner ... Quando digo hiperrealismo, estou falando disso. Desses algoritmos da existência, essas cadeias de gestos, esses pacotes reflexivos, esses movimentos sabidos. Sabidos porque intuídos ou sabidos porque repetitivos? Não sei. Mas vejam: somos tão parecidos. Aliás, ouso dizer: somos os mesmos. As mesmas conversas das domésticas numa fila de ônibus podem ser ouvidas nos corredores de uma universidade. As mesmas. Mas diferentes.

Conversa de botas batidas.

É como estar perto do mar. Só que não há mar. O Sol, o vento, o som. Vamos entrar. A claridade me cega. Vamos. O barulho do mar vem dos intestinos da fábrica? Certamente. Irônico. Nosso mar é industrializado. Parte dele. A outra parte tem os dias contados. Certamente. Você quer? Quero. Quer mesmo? Você sabe que sim. Quero. Havendo mar ou não, claridade ou não. Mas é bom que haja. Os dois. Sim. Vamos entrar. Estava esperando que dissesse.

QUEM FAZ O QUÊ EM "ENTREVISTAS CANASTRONAS"

Para variar, não dei o crédito, mas as ilustrações como dito anteriormente são de Y. Estão fodidamente boas. Ele demorou muito para entregar. Mesmo não cobrando nada por elas, foi cobrado sistematicamente ao longo da semana. E, agora, ei-las: traços marcantes, dissonantes, delirantes. Gostem ou não.

ENTREVISTAS CANASTRONAS II

Maria não requer apresentações nem textos engraçadinhos. Sem mais delongas, Maria Mari Mariana. A Marques. Mas, se ainda assim insistirem, aqui vai uma amostra: ela tem 28 anos. Escreveu Transatlântico , um livro bem fininho que atravessa o espaço por qualquer brecha. Só sei isso. Oskar - Voar ou ser invisível? Justifique sua resposta. Maria - Em setembro, ser invisível. Justifico minha resposta com a invisibilidade. Em janeiro, voar. Quando começarem a aportar no Mucuripe os Transatlânticos de vários andares, compartimentos, tripulação numerosa, posso desistir da corrida e ir voando pra dentro de um deles? Então voar em janeiro. Em janeiro: voar. Mas voar invisível deve ser ainda mais legal. Oskar - Na internet, procuro... Maria - Velocidade. Mas nem sempre preciso de velocidade. Por isso jamais abandonarei o correio e sou uma missivista compulsiva, assim como aquele nosso amigo da avenca partindo. Oskar - O que aprendeu com o sumiço do Belchior e a ressurreição de Vanusa? Maria ...