Filiado ao Psiu desde a estreia de Avenida Brasil, Xodó Xeiroso é um dos postulantes ao cargo de prefeito da capital cearense. Na imagem, o sorriso estelar do candidato denota claramente o bom desempenho da campanha até aqui e antecipa um pleito alvissareiro (foto: assessoria de imprensa do Psiu)
"Como pouca gente fora das redes sociais deve saber, me chamo Xodó e estou candidato a prefeito da capital. Espero contar com o apoio de todos e de todas, incluindo, claro, aqueles segmentos cuja expressão sexual – proclamada ou não – exceda as generalizações elaboradas pelos arautos da assepsia comportamental, não se permitindo reduzir à presunção taxonômica dos ideólogos aparelhados.
Afinal, como já professava um famoso sambista carioca, não caber nas desinências nominais que indicam feminilidade e masculinidade, dois conceitos muito caros à sociedade espetacularizada, é, antes de qualquer coisa, um ato moral (portanto, político) de inconformismo léxico, com o qual comungamos desde já - na verdade, desde sempre.
Embora a complexidade da construção sintática e morfológica que caracteriza o discurso emancipador aponte em sentido contrário, o que temos a dizer é verdadeiramente simples e pode ser resumido à seguinte premissa: movidos por autêntico sentimento de paixão, abraçamos o embate ideológico eleitoral de 2012 determinados a operar uma mudança radical nos usos & costumes políticos.
Dito de maneira menos rebuscada: conforme alerta Nietzsche em Brot, Brot, Käse, Käse (1894), nossa missão é “desvelar o falso duplo” que viceja no bolor das relações sob a égide do capital. E, se houver tempo de televisão suficiente, denunciar a força que anima a engrenagem carcomida do sistema e reclamar mais espaço às práticas rizomaticamente socialistas, tais como a ciranda à beira mar, a soltura de pipa, o piquenique no parque, o passeio de bike e a oficina de confecção de meme engajado.
O que desejamos é vandalizar de vez, vergar a voracidade desses vermes, velocirraptores que vilipendiam velozes a verve vital, vagando, venais, e desvelando a vacuidade da vida, e vitimizando o vulgo num vaivém vaidoso, vago, vacilão.
“Outrar-se” (colocar-se no lugar do outro, sobretudo na primeira quinzena do mês, pagando-lhe as contas de água, energia e internet) é possível.
Para concluir esta breve apresentação, convido meus colegas de debate a desejarem comigo um dia cheio de afetuosidade e genuína empatia aos (às) fortalezenses. Um bom dia sem distinções de classe, de credo ou do número de milhas acumuladas no cartão. Um dia repleto de alteridade, heterogenia e transversalidade no trabalho e no amor, sem os quais os laços identitários e a preservação do biopoder nas microcomunidades ribeirinhas e urbanas não podem ser fortalecidos."
Ass.: Xodó Xeiroso (Partido Socialismo, Ímpeto e Urbanidade - Psiu).
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