HENRIQUE ARAÚJO>>>ESPECIAL PARA O POVO
Esquilos, formigas, moscas, abelhas. Essa fauna nada performática já estrelou animações exibidas em salas de cinema no mundo inteiro. Nos últimos anos, superaram a condição de invertebrados – em alguns casos –, roedores etc. e chegaram ao topo da fama. Infelizmente, esse não é o caso das minhocas. Embora estejam na “base da cadeia alimentar” e sejam freqüentemente humilhadas por não terem membros inferiores nem superiores, o filme que apresenta as coisinhas gosmentas como protagonistas (Barry e a banda das minhocas) nada, nada, mas morre na praia. Melhor: cava, cava, mas não vai além de meio palmo de terra.
Longa de estréia do dinamarquês Thomas Borch Nielsen, Barry e a banda das minhocas conta a história de um minhoco adolescente e inconformado com o seu destino pré-estabelecido de arquivista numa empresa onde o próprio pai, um senhor minhoco bastante respeitável, passou a vida toda lutando com pilhas de papéis. Fã declarado da disco music, o mesmo ritmo faiscante que consagraria grupos como Village People nos idos de 1970 e construiria todo um imaginário néon nas décadas seguintes, Barry decide dar um basta na rotina e formar a sua própria banda disco. Aqui têm início as suas dificuldades. Afinal, como encontrar músicos capazes de executar performances típicas numa cidadezinha localizada alguns metros abaixo do solo? A tarefa não seria fácil.
E não foi mesmo. Tanto para Barry quanto para seu criador, Borch, que desperdiçou uma história com potencial cômico e a transformou num desfile sem graça de piadinhas e situações cujo final pode ser adivinhado dez ou vinte minutos antes da cena propriamente dita. Barry, um anelídeo rosa enfiado num suéter verde, tem pouco carisma. Como animação, não anima nada. Em um shopping da cidade, na sessão das 18h25 da última segunda-feira, havia apenas duas crianças. Dois meninos. Nenhum deles manifestou qualquer sinal de que estivesse gostando da aventura de Barry. Um sorrisinho discreto, por exemplo. As minhocas cantoras e dançantes tinham desagradado tanto adultos quanto crianças.
Nem tudo é um fiasco em Barry e a banda das minhocas. No filme, o drama vivido por um guitarrista e metaleiro disfarçado acaba gerando alguma empatia nos adultos. As crianças, por sua vez, nem chegam a entender muito bem as nuances de uma complexa rede de fingimentos que fazem a minhoca roqueira esconder bem no fundo da alma a paixão que sente por Village People.
Esquilos, formigas, moscas, abelhas. Essa fauna nada performática já estrelou animações exibidas em salas de cinema no mundo inteiro. Nos últimos anos, superaram a condição de invertebrados – em alguns casos –, roedores etc. e chegaram ao topo da fama. Infelizmente, esse não é o caso das minhocas. Embora estejam na “base da cadeia alimentar” e sejam freqüentemente humilhadas por não terem membros inferiores nem superiores, o filme que apresenta as coisinhas gosmentas como protagonistas (Barry e a banda das minhocas) nada, nada, mas morre na praia. Melhor: cava, cava, mas não vai além de meio palmo de terra.
Longa de estréia do dinamarquês Thomas Borch Nielsen, Barry e a banda das minhocas conta a história de um minhoco adolescente e inconformado com o seu destino pré-estabelecido de arquivista numa empresa onde o próprio pai, um senhor minhoco bastante respeitável, passou a vida toda lutando com pilhas de papéis. Fã declarado da disco music, o mesmo ritmo faiscante que consagraria grupos como Village People nos idos de 1970 e construiria todo um imaginário néon nas décadas seguintes, Barry decide dar um basta na rotina e formar a sua própria banda disco. Aqui têm início as suas dificuldades. Afinal, como encontrar músicos capazes de executar performances típicas numa cidadezinha localizada alguns metros abaixo do solo? A tarefa não seria fácil.
E não foi mesmo. Tanto para Barry quanto para seu criador, Borch, que desperdiçou uma história com potencial cômico e a transformou num desfile sem graça de piadinhas e situações cujo final pode ser adivinhado dez ou vinte minutos antes da cena propriamente dita. Barry, um anelídeo rosa enfiado num suéter verde, tem pouco carisma. Como animação, não anima nada. Em um shopping da cidade, na sessão das 18h25 da última segunda-feira, havia apenas duas crianças. Dois meninos. Nenhum deles manifestou qualquer sinal de que estivesse gostando da aventura de Barry. Um sorrisinho discreto, por exemplo. As minhocas cantoras e dançantes tinham desagradado tanto adultos quanto crianças.
Nem tudo é um fiasco em Barry e a banda das minhocas. No filme, o drama vivido por um guitarrista e metaleiro disfarçado acaba gerando alguma empatia nos adultos. As crianças, por sua vez, nem chegam a entender muito bem as nuances de uma complexa rede de fingimentos que fazem a minhoca roqueira esconder bem no fundo da alma a paixão que sente por Village People.
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