Bom... O tempo também é cinza. Todos os dias. Uma bagunça, uma bagunça. Como anda a cabeça de vocês? Boa? A minha está qualquer coisa inclinada. Sério. Sabem, estou prestes a deixar finalmente a universidade. Vou virar profissional. Depois de tantos anos vivendo como estagiário, posso – alguma voz vinda sabe-se lá de que região obscura da galáxia – sussurra “YES, WE CAN”. Eu posso. Também posso. Se Obama pode...
But... Sempre há um but na história toda.
Aqui, alguma coisa sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa publicada no fim de semana no jornal O Povo. Na verdade, na verdade, como dizia o mestre Ronaldo, trata-se de um caderno sobre o tema. Confiram. No final do texto “Por dentro do Acordo”, há caminhos que levam a outros textos. Nestes, clica-se em algum lugar para retornar ou ir-se a outros tantos. E assim funciona a Internet 2.0.
Or not.
Pergunta: por que caem tantos raios no BRASIL?
PERGUNTA: por que tantos acreditam que Obama é Jesus Cristo? Obama pode mesmo ser Jesus CRISTO? MESMO NEGRO E DE OLHOS ESCUROS? Se consultarem a filmografia norte-americana, perceberão que Obama não pode ser confundido com Jesus.
Ali, uma boa entrevista publicada no site do Prosa e Verso. Sobre gnósticos.
Novidades? Alguma coisa nova acontecendo na cidade? O que, quando, onde, por que, como? Para onde vão no carnaval? Para casa? Para a esquina? Para o beco?
Perto de casa, mora um homem. Quer dizer, ele mora na esquina. EM várias esquinas. Começou “alugando” um metro quadrado sob a marquise de uma das unidades do Pão de Açúcar. Lá, parecia contente. Acenava quando passávamos em direção à avenida. À noite, era possível encontrá-lo a sono solto, envolto por papelões.
Até que veio outro supermercado. E acabou com a festa dele. Hoje, o Dirtyman perambula por um bairro que ele mesmo já chamou de seu. “A Parquelândia é o melhor lugar para se morar”, dissera.
Isso mesmo, o melhor lugar. Um parque. Cheio de monstrinhos vagando pelas calçadas, bêbados, crianças de rua e varandas luxuosas guardadas por santos empoleirados em altares improvisados. Nunca vi coisa igual. Aliás, sou um viajante. Morei em cerca de 12 bairros. Por onde passei, as salas das casas não eram fartamente decoradas com imagens de santos. Algumas até ostentavam orixás. Caso da Central de Macumba da minha rua. Morei lá ainda menino. Era enfeitiçado. Porque o lugar era estritamente proibido. Mas meus amigos visitavam o lugar proibido. Dizem as más línguas que iam atrás do dinheiro do macumbeiro, um homossexual que pagava para chupar os rapazolas de 15 anos ou mais. Fui lá uma única vez. Não para ser chupado. Afinal, quem, além da Xuxa, pagaria para chupar o pinto de um menino de nove anos quando tinha a sua disposição um estoque de pênis de garotos mais velhos?
De qualquer forma, fui até lá resolver uma questão das mais importantes: como explicar os diabretes que infernizavam o sótão da casa do meu melhor amigo? Sim, porque havia alguns bichinhos infernais promovendo uma verdadeira algazarra sempre que entrávamos na casa.
O Baiano, esse era o nome do macumbeiro, disse que os bichos existiam mesmo. E que não apenas eles. No final da rua, havia um lobisomem. Embora o conhecesse, não poderia jamais revelar a identidade.
Palavra do macumbeiro.
Um dia escrevo um texto inteiro de cinco ou seis laudas apenas sobre a minha rua da infância. Conto das histórias da mulher do caminhoneiro, da escolinha, da casa das meninas bonitas. Dos irmãos bobos. E da oficina mecânica. Mais alguma coisa?
Não lembro.
Bom, o supermercado veio e desalojou o mendigo, que passou a dormir a um quarteirão da minha casa. Todos os dias, quando vou comprar pão quente, ele está lá. Sujo, fedido, maltrapilho, barbado, cabeludo. Carrega sacos plásticos. Mas sorri. Curioso: ele sempre sorri.
Quer dizer, nem sempre. O exagero fica por conta... Fica por conta desse desejo de tornar tudo menos pesaroso. Não é o caso.
O caso é que pesa mesmo. Vocês sabem o que é voltar contente do restaurante porque você levou a sua mulher para jantar e coisas boas têm acontecido com você a cada dois dias e, no caminho, dar de cara com um homem sujo, feio, barbado e faminto? Não sabem? Para completar, ele acena e dá boa noite.
Não sei, caras. Não quero fingir sentimentos nem exagerar na dose. Mas viver é qualquer coisa bizarra.
Como diria o estudante que fez a prova do ENEM: “Pensemos e reflitemos”.
Volto no fim de semana com mais historinhas de antigamente. Talvez prepare alguma coisa especial. Que tal um cozido de miolos de lagartixa?
Até.
But... Sempre há um but na história toda.
Aqui, alguma coisa sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa publicada no fim de semana no jornal O Povo. Na verdade, na verdade, como dizia o mestre Ronaldo, trata-se de um caderno sobre o tema. Confiram. No final do texto “Por dentro do Acordo”, há caminhos que levam a outros textos. Nestes, clica-se em algum lugar para retornar ou ir-se a outros tantos. E assim funciona a Internet 2.0.
Or not.
Pergunta: por que caem tantos raios no BRASIL?
PERGUNTA: por que tantos acreditam que Obama é Jesus Cristo? Obama pode mesmo ser Jesus CRISTO? MESMO NEGRO E DE OLHOS ESCUROS? Se consultarem a filmografia norte-americana, perceberão que Obama não pode ser confundido com Jesus.
Ali, uma boa entrevista publicada no site do Prosa e Verso. Sobre gnósticos.
Novidades? Alguma coisa nova acontecendo na cidade? O que, quando, onde, por que, como? Para onde vão no carnaval? Para casa? Para a esquina? Para o beco?
Perto de casa, mora um homem. Quer dizer, ele mora na esquina. EM várias esquinas. Começou “alugando” um metro quadrado sob a marquise de uma das unidades do Pão de Açúcar. Lá, parecia contente. Acenava quando passávamos em direção à avenida. À noite, era possível encontrá-lo a sono solto, envolto por papelões.
Até que veio outro supermercado. E acabou com a festa dele. Hoje, o Dirtyman perambula por um bairro que ele mesmo já chamou de seu. “A Parquelândia é o melhor lugar para se morar”, dissera.
Isso mesmo, o melhor lugar. Um parque. Cheio de monstrinhos vagando pelas calçadas, bêbados, crianças de rua e varandas luxuosas guardadas por santos empoleirados em altares improvisados. Nunca vi coisa igual. Aliás, sou um viajante. Morei em cerca de 12 bairros. Por onde passei, as salas das casas não eram fartamente decoradas com imagens de santos. Algumas até ostentavam orixás. Caso da Central de Macumba da minha rua. Morei lá ainda menino. Era enfeitiçado. Porque o lugar era estritamente proibido. Mas meus amigos visitavam o lugar proibido. Dizem as más línguas que iam atrás do dinheiro do macumbeiro, um homossexual que pagava para chupar os rapazolas de 15 anos ou mais. Fui lá uma única vez. Não para ser chupado. Afinal, quem, além da Xuxa, pagaria para chupar o pinto de um menino de nove anos quando tinha a sua disposição um estoque de pênis de garotos mais velhos?
De qualquer forma, fui até lá resolver uma questão das mais importantes: como explicar os diabretes que infernizavam o sótão da casa do meu melhor amigo? Sim, porque havia alguns bichinhos infernais promovendo uma verdadeira algazarra sempre que entrávamos na casa.
O Baiano, esse era o nome do macumbeiro, disse que os bichos existiam mesmo. E que não apenas eles. No final da rua, havia um lobisomem. Embora o conhecesse, não poderia jamais revelar a identidade.
Palavra do macumbeiro.
Um dia escrevo um texto inteiro de cinco ou seis laudas apenas sobre a minha rua da infância. Conto das histórias da mulher do caminhoneiro, da escolinha, da casa das meninas bonitas. Dos irmãos bobos. E da oficina mecânica. Mais alguma coisa?
Não lembro.
Bom, o supermercado veio e desalojou o mendigo, que passou a dormir a um quarteirão da minha casa. Todos os dias, quando vou comprar pão quente, ele está lá. Sujo, fedido, maltrapilho, barbado, cabeludo. Carrega sacos plásticos. Mas sorri. Curioso: ele sempre sorri.
Quer dizer, nem sempre. O exagero fica por conta... Fica por conta desse desejo de tornar tudo menos pesaroso. Não é o caso.
O caso é que pesa mesmo. Vocês sabem o que é voltar contente do restaurante porque você levou a sua mulher para jantar e coisas boas têm acontecido com você a cada dois dias e, no caminho, dar de cara com um homem sujo, feio, barbado e faminto? Não sabem? Para completar, ele acena e dá boa noite.
Não sei, caras. Não quero fingir sentimentos nem exagerar na dose. Mas viver é qualquer coisa bizarra.
Como diria o estudante que fez a prova do ENEM: “Pensemos e reflitemos”.
Volto no fim de semana com mais historinhas de antigamente. Talvez prepare alguma coisa especial. Que tal um cozido de miolos de lagartixa?
Até.
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