Do contrário, vejamos.
Vejamos como podem se comportar as crianças nessas condições: se deixam escorrer o catarro ou se esfregam as narinas com as mangas da camisa.
Vejamos se os meninos mais ricos podem cuspir nos mais pobres do alto da escada e, uma vez lá em baixo, ver a calcinha das meninas, que podem ser pobres ou ricas, tanto faz.
Vejamos se os mestres aprendem qualquer coisa vendo Pink & Cérebro. Ou se pelo menos acompanham a programação da TV aberta com suficiente abertura de espírito e disposição para apreender cada escatologia, cada verdade velada e mal-passada, cada fatia de pão duro.
Vejamos como a dieta do pão duro cai no estômago da nação. Como o vinho avinagrado adoece os velhos.
Vejamos se os pais e os pais dos pais crêem na vida antes da morte e na morte depois da vida.
Vejamos se todos os maiores e menores de 18 anos finalmente acordam para o seguinte: aprendemos a matar antes de plantar. Falo por mim. Antes de qualquer coisa, gostava de matar pintinhos. E patinhos. Pequenos animais que nunca me fizeram mal algum eram rapidamente transformados em alvos. Um segundo depois, caíam sem vida no chão.
Vejamos se os patrões intuem que toda a vida abaixo e acima das formas e maneiras hierárquicas é demente. Que eles são dementes. E que depois deles outros virão e serão igual e totalmente dementes. Que a demência é algo bom, natural. Que sem ela nada funciona. Que a melhor maneira de amanhecer é dormindo pacificamente. Que dormir e não andar por aí é a solução para todos os problemas do mundo.
Vejamos o teste do dormir. Fiquem em casa e durmam. O mundo ficará bem melhor sem você perambulando por aí. Não queria, mas sinto ser necessário: o mundo não precisa de você. Nem de mim.
Vejamos como tudo seria se a coisa toda de existirmos fosse apenas uma piadinha contada nos corredores das academias de ginástica divinas. Entre uma série de peito e outra de perna, Deus brincaria: “Caras, já pensaram se aquela idéia de criar a raça humana tivesse ido pra frente?!” Outro assentiria: “Nem me fale, chapa...” Deus continuaria: “A meu favor, diga-se que tinha apenas 169940 anos à época em que tal bobagem me veio à cabeça”. Entretido com um par de pernas nada evanescentes que passava por ali, o outro completaria: “Só...”
Vejamos como, ainda que tudo não passe de uma piada, uma larga e gostosa piada, podemos nos sair bem dessa sinuca-de-bico. Diz-que podemos ter solução.
Vejamos como, solúveis, podemos nos misturar na água e desaparecer.
Vejamos como, desaparecidos, as calotas restituem a camada de tutano roubada por nossas falhas geológicas.
Vejamos... Vejamos como os cegos se comportam nessas condições. Os cegos andam bastante comprometidos politicamente. Talvez possam nos ajudar.
Vejamos como a literatura tem um papel a desempenhar antes que seja tarde. Antes que seja tarde, é melhor.
Vejamos como eu mesmo talvez levante antes das nove e saia por aí colhendo amostras de esperança ou qualquer outra substância que contenha o mesmo princípio ativo. Qualquer outra substância, sim.
Vejamos como tudo no fim acaba.
Vejamos como podem se comportar as crianças nessas condições: se deixam escorrer o catarro ou se esfregam as narinas com as mangas da camisa.
Vejamos se os meninos mais ricos podem cuspir nos mais pobres do alto da escada e, uma vez lá em baixo, ver a calcinha das meninas, que podem ser pobres ou ricas, tanto faz.
Vejamos se os mestres aprendem qualquer coisa vendo Pink & Cérebro. Ou se pelo menos acompanham a programação da TV aberta com suficiente abertura de espírito e disposição para apreender cada escatologia, cada verdade velada e mal-passada, cada fatia de pão duro.
Vejamos como a dieta do pão duro cai no estômago da nação. Como o vinho avinagrado adoece os velhos.
Vejamos se os pais e os pais dos pais crêem na vida antes da morte e na morte depois da vida.
Vejamos se todos os maiores e menores de 18 anos finalmente acordam para o seguinte: aprendemos a matar antes de plantar. Falo por mim. Antes de qualquer coisa, gostava de matar pintinhos. E patinhos. Pequenos animais que nunca me fizeram mal algum eram rapidamente transformados em alvos. Um segundo depois, caíam sem vida no chão.
Vejamos se os patrões intuem que toda a vida abaixo e acima das formas e maneiras hierárquicas é demente. Que eles são dementes. E que depois deles outros virão e serão igual e totalmente dementes. Que a demência é algo bom, natural. Que sem ela nada funciona. Que a melhor maneira de amanhecer é dormindo pacificamente. Que dormir e não andar por aí é a solução para todos os problemas do mundo.
Vejamos o teste do dormir. Fiquem em casa e durmam. O mundo ficará bem melhor sem você perambulando por aí. Não queria, mas sinto ser necessário: o mundo não precisa de você. Nem de mim.
Vejamos como tudo seria se a coisa toda de existirmos fosse apenas uma piadinha contada nos corredores das academias de ginástica divinas. Entre uma série de peito e outra de perna, Deus brincaria: “Caras, já pensaram se aquela idéia de criar a raça humana tivesse ido pra frente?!” Outro assentiria: “Nem me fale, chapa...” Deus continuaria: “A meu favor, diga-se que tinha apenas 169940 anos à época em que tal bobagem me veio à cabeça”. Entretido com um par de pernas nada evanescentes que passava por ali, o outro completaria: “Só...”
Vejamos como, ainda que tudo não passe de uma piada, uma larga e gostosa piada, podemos nos sair bem dessa sinuca-de-bico. Diz-que podemos ter solução.
Vejamos como, solúveis, podemos nos misturar na água e desaparecer.
Vejamos como, desaparecidos, as calotas restituem a camada de tutano roubada por nossas falhas geológicas.
Vejamos... Vejamos como os cegos se comportam nessas condições. Os cegos andam bastante comprometidos politicamente. Talvez possam nos ajudar.
Vejamos como a literatura tem um papel a desempenhar antes que seja tarde. Antes que seja tarde, é melhor.
Vejamos como eu mesmo talvez levante antes das nove e saia por aí colhendo amostras de esperança ou qualquer outra substância que contenha o mesmo princípio ativo. Qualquer outra substância, sim.
Vejamos como tudo no fim acaba.
Comentários