Bom, ela está bem. Eu também. E vós, como andais?
Ligeiro que o andor é de barro. A segunda passou, a terça também. Breve a semana inteira passará. Incrível como o tempo passa mesmo a contragosto. Mesmo a conta-gotas.
Nada, por enquanto. A segunda temporada também passou voando. Começo a terceira. Comprei livros, revistas. Saí, bebi. Comi. Babei sorvete.
Fui ao Tangolomango. Demitido, mas fui. Adorei o espetáculo, os tambores reverberando. As meninas do grupo venezuelano sacudindo-se, ensinando às brasileiras como se rebola em espanhol. Nunca tinha visto nada parecido com aquilo. Nada.
Claro que perdôo os adolescentes que pareciam estar no Ceará Music. Tem isso em qualquer lugar, gente boa. Em qualquer lugar, em qualquer época. Começo a concordar com um sábio chinês que, a propósito de qualquer coisa, dizia: “A juventude é uma doença”. Sem cerimônia, acrescentava: “Mas tem cura”.
E minha irmã evangélica ao lado achando que tudo era coisa do Demônio, que a velha de seus oitenta anos no palco havia incorporado sabe-se lá quantas legiões de capetas e endiabrados espíritos e agora sacolejava-se toda porque dentro nada mais era luz, tudo escuro, tudo escuro, e ela via sem nem mesmo entender, ela via Pessoas Mortas Por Toda a Parte.
Mas isso já é outra história.
Depois sentamos numa mesa de um barzinho metido a besta e comemos e bebemos e saímos de lá rindo à toa na direção da feira. Da Beira Mar. Mas só havia mesmo a beira-mar, as barracas empacotando tudo e todos com cara de sono. Sem o menor saco para gracinhas.
Em seguida provei um dos 50 sabores da sorveteria. Faltam 49. Agora, multipliquem 50 por 4,50, que é o preço da bola de sorvete. Exato. Saberão imediatamente que me contentarei de bom-grado com uma bola de chocolate.
Mas que bola de chocolate aquela... Por pouco não derrubava nos pés de tão boa. Mesmo cara, mesmo mais cara que o pacote de leite em pó que tenho de comprar a cada dois ou três dias. Meu Deus, que chocolate aquele! Fico sem leite para tomar sorvete, sim.
Depois tinha um gato miando na calçada e mais depois ainda o fim abrupto dos miados do gato. Não sei realmente o que é mais estranho.
Já pedi para que lessem Campos de Carvalho? Sim? Não? Pois não esperem que peça. Leiam simplesmente. Porque na quarta-feira tem “O púcaro búlgaro” no teatro do Dragão do Mar. De graça. E eu vou, sim. Porque essa peça é talvez tão boa quanto a prosa louca e estranha de Carvalho. E ainda por cima é de graça.
Só chegue uma hora antes, sugeriu a assessora. Chegarei. Como chegarei. Com ou sem leite em pó.
Desculpem o texto chafurdado, descuidado. Geralmente releio antes de publicar, mas hoje tá difícil. Calor dos diabos – deve ser a Legião. E ainda tenho de levantar cedo.
Comprei “Os cus de Judas”, de Antonio Lobo Antunes. Castamente, o dicionário do Word sugere que mude para “Os cós de Judas”.
Com essa vou dormir.
Ligeiro que o andor é de barro. A segunda passou, a terça também. Breve a semana inteira passará. Incrível como o tempo passa mesmo a contragosto. Mesmo a conta-gotas.
Nada, por enquanto. A segunda temporada também passou voando. Começo a terceira. Comprei livros, revistas. Saí, bebi. Comi. Babei sorvete.
Fui ao Tangolomango. Demitido, mas fui. Adorei o espetáculo, os tambores reverberando. As meninas do grupo venezuelano sacudindo-se, ensinando às brasileiras como se rebola em espanhol. Nunca tinha visto nada parecido com aquilo. Nada.
Claro que perdôo os adolescentes que pareciam estar no Ceará Music. Tem isso em qualquer lugar, gente boa. Em qualquer lugar, em qualquer época. Começo a concordar com um sábio chinês que, a propósito de qualquer coisa, dizia: “A juventude é uma doença”. Sem cerimônia, acrescentava: “Mas tem cura”.
E minha irmã evangélica ao lado achando que tudo era coisa do Demônio, que a velha de seus oitenta anos no palco havia incorporado sabe-se lá quantas legiões de capetas e endiabrados espíritos e agora sacolejava-se toda porque dentro nada mais era luz, tudo escuro, tudo escuro, e ela via sem nem mesmo entender, ela via Pessoas Mortas Por Toda a Parte.
Mas isso já é outra história.
Depois sentamos numa mesa de um barzinho metido a besta e comemos e bebemos e saímos de lá rindo à toa na direção da feira. Da Beira Mar. Mas só havia mesmo a beira-mar, as barracas empacotando tudo e todos com cara de sono. Sem o menor saco para gracinhas.
Em seguida provei um dos 50 sabores da sorveteria. Faltam 49. Agora, multipliquem 50 por 4,50, que é o preço da bola de sorvete. Exato. Saberão imediatamente que me contentarei de bom-grado com uma bola de chocolate.
Mas que bola de chocolate aquela... Por pouco não derrubava nos pés de tão boa. Mesmo cara, mesmo mais cara que o pacote de leite em pó que tenho de comprar a cada dois ou três dias. Meu Deus, que chocolate aquele! Fico sem leite para tomar sorvete, sim.
Depois tinha um gato miando na calçada e mais depois ainda o fim abrupto dos miados do gato. Não sei realmente o que é mais estranho.
Já pedi para que lessem Campos de Carvalho? Sim? Não? Pois não esperem que peça. Leiam simplesmente. Porque na quarta-feira tem “O púcaro búlgaro” no teatro do Dragão do Mar. De graça. E eu vou, sim. Porque essa peça é talvez tão boa quanto a prosa louca e estranha de Carvalho. E ainda por cima é de graça.
Só chegue uma hora antes, sugeriu a assessora. Chegarei. Como chegarei. Com ou sem leite em pó.
Desculpem o texto chafurdado, descuidado. Geralmente releio antes de publicar, mas hoje tá difícil. Calor dos diabos – deve ser a Legião. E ainda tenho de levantar cedo.
Comprei “Os cus de Judas”, de Antonio Lobo Antunes. Castamente, o dicionário do Word sugere que mude para “Os cós de Judas”.
Com essa vou dormir.
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