Sabem desta? “Qualquer coisa que se mova é um alvo”. Qualquer coisa. Como já dizia o grandíssimo poeta Chorão, “Eu não sei fazer poesia - mas que se foda”.
Caras, caras... Eu não estou lá. Muito menos aqui. Jesus Cristo poderia ter tido isso. Acordei sem fome, nada no estômago, mas inteiramente e epifanicamente sem fome. Logo descobriria: desarranjo. Uma coisa.
Gosto de ler isto aqui. Muito.
Desarranjo é algo incômodo à beça. Mas fico melhor até amanhã. Pensei que fosse morrer. Pensei que tivesse algo estranho na minha barriga, algo estranho, algo que se move enquanto abrimos lindamente a porta da geladeira e retiramos de lá um copo de leite. Leite do dia anterior. Pensei que contivesse nas minhas entranhas a nuvenzinha negra que passeia matando as pessoas numa ilha qualquer abaixo de tudo que jamais intuímos. Pensei que só agora o giz que engoli na terceira série houvesse começado a se manifestar. Só agora, tanto tempo depois, ele tivesse passado a riscar as paredes do estômago, inundando tudo com aquele pozinho que cobre os ombros dos professores de matemática – Clarice gosta deles – e que é facilmente confundido com caspa.
BUT NO. Tenho apenas dor de barriga. Tenho apenas de decidir se ela foi causada por duas queijadinhas, o prato mal-feito daquele “self service” ou o Kalzone do shopping.
Deus, preciso mudar os meus hábitos. Estou apenas esperando que Obama ganhe para tomar alguma atitude. OBAMA, GOOD LUCK!
Antes: se forem ao dicionário e procurarem a palavra “perdido” ou coisas tangentes, encontrarão uma foto deste que vos escreve. Em p&b, rasgada ou mordida numa das pontas por dentes caninos.
Por falar em caninos... Bob tem companhia: quatro ou cinco filhotes. Eles latem muito. Devem encher o saco de Bob. Melhor assim: ele esquece de me encarar toda vez que chego em casa.
Sentimentos dominantes: imersão, afogamento, esganadura, claustro. Tudo dentro do peitinho que carrega meio quilo de coração gorduroso – roubei essa metáfora de um escritor russo-americano. Comecei a ler, até gostei, mas tive de parar para dar prioridade às coisas que se avolumam ali, na estante. Digo, na mesa. E às coisas atrás da estante.
Eko’s dead. E agora? Os cães ladram, mas a caravana passa.
Encomendei nova remessa de bagulho. Um camarada maligno está preparando tudo. A essa hora, já deve ter concluído e enfiado os pacotes no recipiente apropriado. Pego tudo amanhã ou depois. Havia meses esperava novidades. Veremos, veremos. Digo depois.
Por falar em bagulho, detesto a fumaça que se desprende dos pequenos cigarrinhos que pendem das cabeças mais brilhantes do Centro de Humanidades II. Bom, por quê? Menos pelos cigarros de maconha do que por quem os fuma. Sabem, detesto os maconheiros da faculdade. Aliás, detesto os maconheiros da classe média. À exceção de uns poucos amigos, porque antes de serem maconheiros são meus amigos, não vou com a cara deles. Sabem o ar de quem supostamente tem consciência de que está praticando um delito bem bobo mas nem por isso deseja suavizar essa expressão, digamos, faustosa, delituosamente alegre? Exatamente como o guri que, aos quatro anos, mija nas bordas da privada e espera feliz que a mãe o apanhe porque é exatamente isso que ele quer – ser visto praticando um pequeno mas infantil pecadilho. Pois é. Talvez seja por isso que os deteste tanto. Ou não: talvez apenas sinta algum tipo de inveja. Uma inveja boa, mas inveja. Afinal, deve ser covardia querer fazer e não fazer. No fundo, queria muito estar ali, sentado atrás do bebedouro, tragando fumaça e ficando lombrado a maior parte do tempo. Deve ser um barato, chapa. Digo, um estilo de vida interessante. Melhor que sentar aqui e escrever abobrinhas enquanto as criancinhas morrem de fome, enquanto velhos no mundo inteiro deitam-se ao lado de pequenas jóias femininas e não conseguem levantar o caralho.
Bem explicado: não perco uma só fração do meu tempo preocupando-me com isso, mas sabia que um dia acabaria escrevendo sobre o assunto aqui. Bom, é o que estou fazendo.
Outra nota explicativa: a maconha deve ser 10! O problema mesmo são vocês...
Era só o que tinha a dizer.
Caras, caras... Eu não estou lá. Muito menos aqui. Jesus Cristo poderia ter tido isso. Acordei sem fome, nada no estômago, mas inteiramente e epifanicamente sem fome. Logo descobriria: desarranjo. Uma coisa.
Gosto de ler isto aqui. Muito.
Desarranjo é algo incômodo à beça. Mas fico melhor até amanhã. Pensei que fosse morrer. Pensei que tivesse algo estranho na minha barriga, algo estranho, algo que se move enquanto abrimos lindamente a porta da geladeira e retiramos de lá um copo de leite. Leite do dia anterior. Pensei que contivesse nas minhas entranhas a nuvenzinha negra que passeia matando as pessoas numa ilha qualquer abaixo de tudo que jamais intuímos. Pensei que só agora o giz que engoli na terceira série houvesse começado a se manifestar. Só agora, tanto tempo depois, ele tivesse passado a riscar as paredes do estômago, inundando tudo com aquele pozinho que cobre os ombros dos professores de matemática – Clarice gosta deles – e que é facilmente confundido com caspa.
BUT NO. Tenho apenas dor de barriga. Tenho apenas de decidir se ela foi causada por duas queijadinhas, o prato mal-feito daquele “self service” ou o Kalzone do shopping.
Deus, preciso mudar os meus hábitos. Estou apenas esperando que Obama ganhe para tomar alguma atitude. OBAMA, GOOD LUCK!
Antes: se forem ao dicionário e procurarem a palavra “perdido” ou coisas tangentes, encontrarão uma foto deste que vos escreve. Em p&b, rasgada ou mordida numa das pontas por dentes caninos.
Por falar em caninos... Bob tem companhia: quatro ou cinco filhotes. Eles latem muito. Devem encher o saco de Bob. Melhor assim: ele esquece de me encarar toda vez que chego em casa.
Sentimentos dominantes: imersão, afogamento, esganadura, claustro. Tudo dentro do peitinho que carrega meio quilo de coração gorduroso – roubei essa metáfora de um escritor russo-americano. Comecei a ler, até gostei, mas tive de parar para dar prioridade às coisas que se avolumam ali, na estante. Digo, na mesa. E às coisas atrás da estante.
Eko’s dead. E agora? Os cães ladram, mas a caravana passa.
Encomendei nova remessa de bagulho. Um camarada maligno está preparando tudo. A essa hora, já deve ter concluído e enfiado os pacotes no recipiente apropriado. Pego tudo amanhã ou depois. Havia meses esperava novidades. Veremos, veremos. Digo depois.
Por falar em bagulho, detesto a fumaça que se desprende dos pequenos cigarrinhos que pendem das cabeças mais brilhantes do Centro de Humanidades II. Bom, por quê? Menos pelos cigarros de maconha do que por quem os fuma. Sabem, detesto os maconheiros da faculdade. Aliás, detesto os maconheiros da classe média. À exceção de uns poucos amigos, porque antes de serem maconheiros são meus amigos, não vou com a cara deles. Sabem o ar de quem supostamente tem consciência de que está praticando um delito bem bobo mas nem por isso deseja suavizar essa expressão, digamos, faustosa, delituosamente alegre? Exatamente como o guri que, aos quatro anos, mija nas bordas da privada e espera feliz que a mãe o apanhe porque é exatamente isso que ele quer – ser visto praticando um pequeno mas infantil pecadilho. Pois é. Talvez seja por isso que os deteste tanto. Ou não: talvez apenas sinta algum tipo de inveja. Uma inveja boa, mas inveja. Afinal, deve ser covardia querer fazer e não fazer. No fundo, queria muito estar ali, sentado atrás do bebedouro, tragando fumaça e ficando lombrado a maior parte do tempo. Deve ser um barato, chapa. Digo, um estilo de vida interessante. Melhor que sentar aqui e escrever abobrinhas enquanto as criancinhas morrem de fome, enquanto velhos no mundo inteiro deitam-se ao lado de pequenas jóias femininas e não conseguem levantar o caralho.
Bem explicado: não perco uma só fração do meu tempo preocupando-me com isso, mas sabia que um dia acabaria escrevendo sobre o assunto aqui. Bom, é o que estou fazendo.
Outra nota explicativa: a maconha deve ser 10! O problema mesmo são vocês...
Era só o que tinha a dizer.
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