É acusada de matar a filha de sete anos e de estuprar a mais nova, uma dupla violência cometida a menos de uma semana do dia das mães, a vizinhança arrogou-se a tarefa de apedrejá-la, não fosse a família abrigá-la por algum tempo, a jovem tem 23 anos, chama-se Zacla, um nome incomum, só agora percebo, eis que a ainda muito jovem Zacla deixou a casa dos parentes e, fugitiva da vista alheia, meteu-se furtivamente em um quarto de motel, lá, conta a polícia, foi presa, não ofereceu resistência, mas riu a valer enquanto o delegado tomava-lhe o depoimento.
Tenho ouvido cada vez mais “troca” como sinônimo de diálogo, ou seja, o ato de ter com um interlocutor qualquer fluxo de conversa, amistosa ou não, casual ou não, proveitosa ou não. No caso de troca, porém, trata-se sempre de uma coisa positiva, ao menos em princípio. Trocar é desde logo entender-se com alguém, compreender seu ponto de vista, colocar-se em seu lugar, mas não apenas. É também estar a par das razões pelas quais alguém faz o que faz, pensa o que pensa e diz o que diz. Didatizando ainda mais, é começar uma amizade. Na nomenclatura mercantil/militar de hoje, em que concluir uma tarefa é “entrega”, malhar é “treinar”, pensar na vida é “reconfigurar o mindset” e praticar é “aprimorar competências”, naturalmente a conversa passa à condição de troca. Mas o que se troca na troca de fato? Que produto ou substância, que valores e capitais se intercambiam quando duas ou mais pessoas se põem nessa condição de portadores de algo que se transmite? Fiquei pensando nisso mais te...
Comentários