Tem dias assim: você acorda, acorda, mas quer permanecer dormindo, deitado e dormindo, deitado, enrolado, e dormindo, e dormindo, porque levantar requer esforço extra-humano, porque esforçar-se não faz parte da programação básica do dia, da quinta-feira, nem da sexta-feira bem menos ainda do sábado, ainda que os sábados sejam dias por excelência movimentados, que exigem mesmo um “O que vamos fazer logo mais?”, mas, a despeito dos sábados, quero mesmo é ficar aqui e curtir essa nova onda do roque inglês, ficar, ficando, ficar assim, meio vácuo, vago, vasto.
Tenho ouvido cada vez mais “troca” como sinônimo de diálogo, ou seja, o ato de ter com um interlocutor qualquer fluxo de conversa, amistosa ou não, casual ou não, proveitosa ou não. No caso de troca, porém, trata-se sempre de uma coisa positiva, ao menos em princípio. Trocar é desde logo entender-se com alguém, compreender seu ponto de vista, colocar-se em seu lugar, mas não apenas. É também estar a par das razões pelas quais alguém faz o que faz, pensa o que pensa e diz o que diz. Didatizando ainda mais, é começar uma amizade. Na nomenclatura mercantil/militar de hoje, em que concluir uma tarefa é “entrega”, malhar é “treinar”, pensar na vida é “reconfigurar o mindset” e praticar é “aprimorar competências”, naturalmente a conversa passa à condição de troca. Mas o que se troca na troca de fato? Que produto ou substância, que valores e capitais se intercambiam quando duas ou mais pessoas se põem nessa condição de portadores de algo que se transmite? Fiquei pensando nisso mais te...
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