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Um cara chamado Jaspion

A primeira de agosto.

Hoje é sábado. Daqui a pouco é domingo. Tem olimpíadas na semana que vem. E daí? As eleições começaram. E daí também?

Depois de algum tempo, eleições enchem o saco. Perdem até o sentido. Ver candidatos desfilando no Centro, estendendo as mãos para “populares” e suando água mineral não é melhor que sentar na frente da televisão e assistir a mais um Criança Esperança. Ou ver os cabelos louros de Ana Maria Braga toda manhã. Ou os mutantes da Record.

Por falar nisso, houve um tempo em que gostava de ver Criança Esperança. Houve um tempo em que gostava de eleições. Hoje elas apenas me deixam chateado. Criança Esperança, nem isso.

Estou totalmente concentrado na vida de Paulo Coelho. Em breve, mais notícias.

Incrível: Pantanal é melhor que muita novela feita hoje em dia. Tem bons atores e mulheres peladas a todo instante. Sem contar que todos se sentem ameaçados por uma sucuri cujos apetites nunca foram postos à prova.

Pantanal é uma espécie de Lost feito por um diretor de pornochanchadas.

Discutir não é bom para ninguém. Em listas de faculdade, menos ainda. Estou cada vez mais convencido de que o mundo seria um lugar melhor se não houvesse debate algum, apenas assentimentos, cínicos ou não. Vocês querem discutir isso? Estou à vontade.

Espero ansiosamente pela propaganda eleitoral na TV. Quero rir de tudo. Quero rir muito. Caso houvesse um vídeo editado com o melhor das campanhas Brasil afora, eu certamente compraria e assistiria a esse filme todos os dias depois de acordar e antes de dormir.

Porque política é uma piada.

Último final de semana de férias. Depois, o sétimo e penúltimo semestre da faculdade de jornalismo. Na prática, estou por lá há mais tempo: desde 2003, no curso de Letras.

Por isso tenho pressa. Já se foram cinco anos da minha vida enfiado em salas de aula, comendo xérox e rascunhando respostas em provas que não valem um tostão furado. Com todo o respeito aos mestres que tive, claro.

Faculdade não serve para muita coisa. Quero apenas o meu diploma e a minha vaga de jornalista. Afinal, não é pra isso que ele, o diploma, serve? Corporativismo é um argumento incontornável.

E a vida, gente boa? Como têm ido? Viajaram? Comeram bem nos últimos dias? Não vejo a hora de receber uma graninha ali e comprar umas bobagens. Consumir. Que faz bem, certo? Claro que faz. Todo mundo gosta de comprar. Ter aquilo que, até ontem, não tinha.

Isso vale pra carro, casa, livros, comida, eletrodomésticos e animais.

Não sei, mas acho que tenho de ir. Tenho, sim. Até a próxima. Hoje estou falante à beça. Escrever me deixa contente. Meu próximo texto será sobre videogame. Quero muito falar sobre isso.

Enquanto a página carrega, vou indo. 63, 64% — nossa, que coisa lenta.

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